Justin Bieber faz ode ao amor papai e mamãe em seu novo disco, 'Changes'

Depois de sofrer o diabo e encontrar a fé em Deus, o cantor faz elogio do casamento

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Los Angeles

Em frente a uma imagem de divulgação de seu novo álbum de estúdio —o primeiro desde “Purpose”, lançado há mais de quatro anos—, Justin Bieber chora ao falar sobre os problemas que enfrentou ao longo de sua precoce carreira na música.

“Tenho estado mais introvertido há alguns anos, sem saber em quem confiar”, disse durante o evento em que apresentou a jornalistas e membros da indústria, em Los Angeles, uma prévia do novo disco, a ser lançado nesta sexta-feira (14).

Brandindo um taco de hóquei e uma bola durante toda a sessão, ele agradeceu o apoio de sua equipe, dando destaque ao empresário Scooter Braun, responsável por revelar Justin quando o cantor era ainda criança. “Ele caminhou a meu lado ao longo de muitas coisas difíceis. Sou muito grato a ele.”

Justin Bieber e sua mulher, Hailey Baldwin - Mario Anzuoni/Reuters

Na sua fala emocionada, pouco se sentiu do desespero demonstrado pelo cantor para chegar ao topo das paradas. No início do ano, ele fez um post no Instagram —depois apagado— dando dicas aos fãs para burlar as regras e ajudar o single “Yummy” a alcançar o primeiro lugar no ranking da Billboard.

Embora não tenha especificado a que problemas se referia em seu discurso, as dificuldades enfrentadas pelo cantor são conhecidas. No passado, Bieber já contou sofrer de depressão e ter problemas com abuso de drogas. Chegou a ser preso em 2014 por dirigir embriagado.

Em 2017, ele cancelou a turnê mundial do disco “Purpose”, alegando necessidade de descansar.

Recentemente, o cantor também revelou sofrer de mononucleose e ter contraído a doença de Lyme, causada por picada de carrapato, que gera sintomas como irritação na pele, dores nas articulações e fraqueza.

Durante o evento, o astro pop creditou parte de sua recuperação a Deus, dizendo que ele o retirou “do lugar realmente escuro” onde se encontrava e “o amou mesmo durante seu pior momento”. “Eu não acho que sequer deveria estar vivo, quanto mais prosperando”, confessou o cantor, que é membro da igreja cristã Hillsong desde 2014.

Mas Bieber lembra que “não está aqui para pregar”. E se o novo álbum —que ganhou o sugestivo título “Changes”— é mesmo um reflexo de suas lutas internas, como o cantor apregoou, o bálsamo para suas dores parece ter vindo muito mais da terra do que dos céus.

Abrindo com uma canção em homenagem à esposa Hailey Baldwin (agora Bieber), com quem se casou em 2018, o álbum soa quase o tempo todo como uma ode ao amor conjugal. Enquanto o single “Yummy”, lançado no início do mês, apresentava conotações sexuais em meio ao refrão chiclete, boa parte do disco é tomada por letras sentimentais, que tratam principalmente de amor e relacionamentos.

Diferentemente de “Purpose”, álbum no qual as músicas eram assombradas por pedidos de perdão —caso do hit “Sorry”— e relações problemáticas, o novo disco reforça a sensação de amor satisfeito.

Isso pode ser sentido em trechos como “Eu tenho uma esposa em você/ Isso é perfeição”, da faixa “Come Around Me”, ou “Agora eu sei o que é o amor/ Sei o que é o amor de verdade”, de “That’s What Love Is”.

Em termos musicais, “Changes” tem influência predominante do R&B e do hip-hop, aproximando-se mais do álbum-coletânea “Journals”, de 2013, do que de “Purpose”, no qual, ainda que algumas faixas do gênero se sobressaíssem, o pop era muito mais pronunciado. Dessa vez, entre as participações especiais, estão os rappers Post Malone, Quavo e Travis Scott e a cantora de R&B e hip-hop Kehlani.

Uma das poucas músicas que fogem do tema geral do novo disco é a faixa-título, uma balada sobre as tentativas do cantor de exorcizar seus demônios. “Eu estou passando por mudanças/ Isso não quer dizer que eu vou mudar”, diz o refrão.

Conforme as canções foram anunciadas e tocadas para o público, Bieber se animou. Dançou, cantou trechos de músicas para a mulher, também presente no evento, apontou algumas das faixas preferidas do casal e jogou bola com convidados e amigos, entre eles o conterrâneo Shawn Mendes, a quem Bieber se referiu como “o outro tesouro canadense”.

Vestindo uma combinação de chinelo com meia, bermuda e moletom, ele pediu aos presentes que ficassem livres para dançar ao som das músicas, caso sentissem vontade. “Espero que se sintam confortáveis sendo vocês mesmos.”

Se “Yummy” não chegou a liderar o ranking da Billboard —estreou em segundo lugar, atrás de “The Box”, do rapper Roddy Ricch—, o interesse pelo artista tem aumentado na iminência do lançamento do novo álbum. Esta semana, Bieber ultrapassou Ed Sheeran como o artista mais escutado do mês no Spotify, feito que o cantor não demorou a divulgar em suas redes sociais.

Para quem quer conhecer mais sobre o desenvolvimento do novo álbum, que Bieber descreve como um longo processo, sete episódios do documentário “Justin Bieber: Seasons” já estão disponíveis no YouTube —serão dez no total.

O capítulo de estreia da série, que também explora a fundo a vida familiar e a intimidade do casal, quebrou o recorde de maior audiência entre todos os conteúdos originais do site —foram mais de 32 milhões de visualizações.

Uma história que o cantor, numa declaração à esposa, demonstrou estar feliz em compartilhar com o mundo: “Eu te amo de todo o coração e estou orgulhoso de nós dois.”
 

Changes

  • Onde Disponível nas plataformas de streaming
  • Autor Justin Bieber
  • Gravadora Def Jam/RBMG
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