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Petra Costa, no pós-Oscar, ouviu piada sobre Phoenix e fez reunião sobre a Amazônia

Quando Mark Ruffalo entrou no palco para anunciar o prêmio de documentário, Costa sentiu que podia de fato ganhar

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Los Angeles

Um dia após a cerimônia do Oscar, a diretora Petra Costa seguiu divulgando a causa da Amazônia em Los Angeles ao lado da líder indígena Sônia Guajajara, numa reunião com dezenas de executivos na sede da Creative Artists Agency (CAA), uma das maiores agências de talentos dos EUA, na manhã de segunda-feira (10).

No domingo (9), “Democracia em Vertigem” perdeu o Oscar de documentário, mas Costa fez um balanço positivo da experiência. Além disso, nas festas pós-cerimônia, a diretora contou que ouviu piadinha do diretor de “Coringa” sobre o discurso confuso de Joaquin Phoenix e ainda viu a mãe passar uma cantada em Robert De Niro. 

Guajajara, coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), falou na reunião sobre os ataques que sua comunidade vem sofrendo no governo do presidente Jair Bolsonaro, como parte do encontro liderado pela Amazon Watch, que organiza o campanha Artistas pela Amazônia. 

Executivos de música e cinema fizeram perguntas sobre a Amazônia e deram ideias de como ampliar a mensagem em defesa do meio ambiente com ajuda da classe artística. Phoenix, James Cameron e Leonardo DiCaprio fazem parte do movimento. Um dos presentes era o diretor Kit Thomas, que está produzindo uma nova versão do documentário “Burning Down Tomorrow” (1990) com o cantor Sting. “Queremos Sônia no filme também”, disse Thomas.  

Petra Costa participou ao lado da mãe, Lian Andrade, e da roteirista Moara Passoni, de “Democracia em Vertigem”.

Guajajara foi a convidada especial de Costa para os eventos de divulgação de “Democracia em Vertigem”. A diretora falou que escolheu a líder indígena para acompanhá-la porque queria chamar atenção dos abusos do governo atual.

Apesar de ter perdido para “Indústria Americana”, produzido por Michelle e Barack Obama, a diretora diz sentir que fez bastante para divulgar a situação do Brasil no exterior. 

“Quando chegamos aos EUA, em setembro, ninguém sabia do filme. Fizemos um trabalho de formiguinha”, disse Costa. “Acho que outros países puderam se ver na nossa história, estamos todos sofrendo esse luto político, esse trauma. Isso também foi muito positivo. Era o que eu sonhava e sinto que aconteceu da melhor forma possível.”

Na cerimônia do Oscar, quando Mark Ruffalo entrou no palco para anunciar o prêmio de documentário, Costa sentiu que podia de fato ganhar. Ruffalo é uma das maiores celebridades em defesa da Amazônia e chegou a defender DiCaprio quando o ator foi acusado por Bolsonaro de instigar incêndios na Amazônia. Mas a estatueta dourada acabou com a dupla de diretores Steven Bognar e Julia Reichert, de “Indústria Americana”. 

“Fiquei feliz que ela [Reichert] mencionou o Brasil e os trabalhadores do mundo. Eu me senti representada no seu discurso. Foi emocionante”, disse Costa. “Vários momentos foram muito bonitos. Gostei do discurso surrealista do Joaquin Phoenix.”

Costa disse que Phoenix a apresentou ao diretor de “Coringa”, Todd Phillips, na festa Governors Ball, que aconteceu logo após a cerimônia. E Phillips fez graça do discurso de Phoenix, que abordou de veganismo até a cultura do cancelamento.

“Foi engraçado. O Todd Phillips falou: ‘Na verdade, Joaquin mostrou como eu sou um bom diretor porque eu consigo editar ele’.”

A mãe da diretora, que aparece em “Democracia em Vertigem”, foi com a filha à festa e contou que teve a chance de conhecer e até dar uma cantada em Robert De Niro. “Falei que ele e Marcello Mastroianni eram os ‘sexy symbols’ da minha vida”, disse Lian Andrade. Ela ainda cantou para ele um trechinho de uma música do filme “Era uma vez na América” (1984). 

Sobre assistir à cerimônia dentro do Dolby Theatre, Costa comentou que achou a acústica do espaço estranha e que às vezes não conseguia ouvir o que se falava no palco. “É algo muito feito para a TV”, disse.

“Achei que ficaria muito nervosa, que ficaria tremendo e não conseguiria falar nada, mas no final é menor do que a gente imagina”, disse sobre a experiência do tapete vermelho e da cerimônia. “É algo alcançável, manejável. E com a equipe do filme toda por lá, tudo ficou mais amoroso e aconchegante.”

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