Em alguns teatros, lanterninhas estão usando luvas de borracha. Museus estão instalando recipientes de álcool em gel para mãos como se fossem obras de arte. Visitantes estão sendo instruídos a ficar em casa.
Com o avanço do coronavírus, teatros, museus, salas de concerto e centros culturais estão conscientes de que podem se tornar locais de propagação do vírus —e tentam evitar isso.
No setor de cultura e entretenimento, em que as vendas de ingressos são cruciais para a sobrevivência, as companhias esperam que o surto não piore. Mas os administradores já estão enfrentando diferentes cenários, não só de cancelamentos ou adiamentos de programação.
Tensões trabalhistas e negociações com seguradoras são uma realidade. Sindicatos dizem que vão trabalhar para garantir que seus membros tenham seus empregos protegidos e sejam pagos, mesmo que não possam trabalhar por causa da pandemia.
Muitos museus, teatros, salas de concerto e companhias de dança estão se informando sobre como o novo coronavírus pode afetar seus negócios. As apólices de seguros dessas instituições cobrem doenças infecciosas? Se uma apresentação for cancelada, os artistas precisam continuar a ser pagos? Por quanto tempo?
Outra medida é o material fornecido a funcionários e visitantes. À medida que o número de casos de coronavírus sobe nos estados de Washington, Califórnia e Nova York, alguns museus e teatros até podem continuar a funcionar normalmente –mas com muito mais álcool em gel.
Nesta semana, no museu Whitney de Arte Americana, em Nova York, trabalhadores de manutenção estavam limpando maçanetas, corrimões outras superfícies o dobro de vezes. Nesta quinta-feira (12), contudo, o museu fechou suas portas por tempo indeterminado.
O Museu Hammer, de Los Angeles, instruiu funcionários a abrirem portas para os visitantes, para que estes não precisem tocar coisa alguma. O museu, porém, também irá fechar. Outras instituições colocaram cartazes lembrando espectadores de lavar as mãos.
Enquanto isso, a American Guild of Musical Artists está trabalhando com companhias de dança para que os dançarinos sejam encorajados a ficar em casa quando têm sintomas virais, já que não é possível eliminar o contato físico durante os ensaios.
Na região de Seattle, o Museu da História e Indústria, que também foi fechado, adotou nos últimos dias medidas adicionais de limpeza, especialmente limpeza em botões, portas e em um periscópio usado pelos visitantes para olhar a cidade, já que as pessoas encostam o rosto no visor.
Coincidentemente, o museu abrigava uma mostra que registra o fechamento em massa dos teatros da cidade durante a epidemia de gripe espanhola em 1918. Durante o mesmo surto, os teatros da Broadway nova-iorquina ficaram abertos. Desta vez, fecharam.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.