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Larry David retorna deliciosamente detestável em novo 'Segura a Onda'

Depois de dois anos de hiato, série da HBO volta para TV e streaming com um episódio por semana

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Segura a Onda

  • Quando Exibido na HBO às segundas à 00h30 e disponível em HBO Go e Now

Nem o sucesso, nem a idade, nem o dinheiro que dez temporadas de uma série criada e escrita por ele deve ter rendido, depois de nove de “Seinfeld”, de que era cocriador, amaciaram Larry David. Ele continua tão encrenqueiro e politicamente incorreto como sempre, assim como vingativo e obsessivo. Mas, principalmente, muito engraçado.

E esse é o segredo do sucesso desta décima leva de episódios do seriado da HBO, que estreou nos Estados Unidos no dia 19 de janeiro e vem botando um capítulo no ar por semana desde então, à meia-noite dos domingos. No serviço de streaming da HBO, o HBO GO, já tem sete disponíveis. Já no Now, há apenas cinco. Nem o sétimo nem o quarto episódios estavam no ar até o encerramento desta edição.

Outra curiosidade sobre a série, que pode explicar a sensação de que continua novinha em folha é o fato de que não é lançada todos os anos. “Curb Your Enthusiasm”, seu nome original, estreou como um especial de uma hora em outubro de 1999, e só virou seriado no ano seguinte. Está há 20 anos no ar, com hiatos de até seis anos. Cada estreia é um fato novo e inesperado a ser comemorado pelos fãs.

Mas desde o primeiro episódio desta temporada fica claro que Larry David continua o Larry David de sempre, que provoca tanta aflição quanto risadas do telespectador. Ele de cara se enrosca em uma confusão em que acaba acusado de abuso sexual, situação que só piora quando a acusadora, sua ex-secretária, o vê junto de seu agente, Jeff Greene, e o confunde com Harvey Weinstein.

Essa acusação tem mil desdobramentos, e Larry se vê obrigado a procurar um advogado que não permite que seus clientes usem seu banheiro particular. Banheiros já eram uma obsessão de George Costanza, seu alter ego em “Seinfeld”, e continuam sendo agora na série em que atua como uma versão mais irritadiça de si mesmo.

Em outro arco hilário, que dura a série inteira até aqui, Larry aluga um ponto comercial ao lado de um coffee shop no qual briga com o dono porque o café está frio, a mesa balança e o ‘scone’ (bolinho mais duro que um muffin ou um cupcake) está macio demais. E decide abrir no lugar um café dele, o Latte Larry’s, para se vingar de Mocha Joe (o dono do café original que também batiza a loja) e fazer com que ele vá à falência.

 

Outro ponto positivo são as participações especiais, só de gente muito interessante e rara de se ver na TV, como Laverne Cox, Clive Owen, Vince Vaughn e Chris Martin, a maioria como eles mesmos. 

O episódio de Clive Owen é um dos pontos altos. O ator contrata Jeff Greene (Jeff Garlin) como agente, e ele convida Larry para o monólogo em que Owen atua em Los Angeles. Trechos da peça são apresentados, com o ator com barba falsa de náufrago atuando como se fosse um grande canastrão. Não vale dar (muitos) spoilers, então a descrição para por aqui.

Estão de volta quase todos os deliciosos personagens regulares, como Suzie, a mulher briguenta de Jeff, Cheryl, a ex-mulher de Larry, que agora namora Ted Danson, seu amigo Richard Lewis e Leon (J. B. Smoove), que continua morando na casa do protagonista. 

Uma pessoa importante não aparece mais, o amigo Marty Funkhouser, porque o seu intérprete, o ator e escritor Bob Einstein, morreu em janeiro do ano passado, aos 76 anos. Mas na série ele continua vivo, só está viajando. Afinal, isso só parece a vida de Larry, mas é uma comédia. Das melhores que tem por aí.

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