Max von Sydow, ator de 'O Sétimo Selo' e 'O Exorcista', morre aos 90 anos

Para o ex-presidente do Festival de Cinema de Cannes, Gilles Jacob, o artista era um dos melhores do mundo

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Paris | AFP

O ator franco-sueco Max von Sydow, que participou de dez filmes do diretor sueco Ingmar Bergman antes de iniciar uma carreira em Hollywood, morreu aos 90 anos, conforme anunciou sua mulher em um comunicado transmitido nesta segunda-feira (9) por sua agente.

"É com o coração partido e com infinita tristeza que anunciamos a partida de Max von Sydow em 8 de março de 2020", anunciou a produtora Catherine von Sydow, confirmando informações da revista francesa Paris Match.

Nascido na Suécia em 1929, o ator de quase dois metros de altura e olhos azuis penetrantes ficou conhecido por sua colaboração com o cineasta Ingmar Bergman, que o fez jogar uma partida de xadrez contra a Morte em "O Sétimo Selo", filme de 1957.

Também participou de "Morangos Silvestres", de 1957, "O Rosto", de 1958, e "A Hora do Amor", de 1971.

A partir do final da década de 1960 deixou as fronteiras da Suécia e percorreu os quatro cantos do mundo. Encarnou Jesus em "A Maior História de Todos os Tempos", de 1965, ao lado de Charlton Heston, e filmou "Havaí", de 1966, com Julie Andrews.

Ator Max von Sydow na 62ª edição do Festival Internacional de Cinema de Berlinale, em 2012
Ator Max von Sydow na 62ª edição do Festival Internacional de Cinema de Berlinale, em 2012 - Morris Mac Matzen/Reuters

Sua carreira hollywoodiana foi marcada pelo papel do padre Merrin em "O Exorcista", filme de 1973, de William Friedkin, um enorme sucesso de bilheteria.

E também por vários papéis de vilão, sob a direção de David Lynch ("Duna"), Steven Spielberg ("Minority Report - A Nova Lei") e Martin Scorsese ("Ilha do Medo").

Incansável, juntou-se à saga "Star Wars" em 2014, no papel de Lor San Tekka, próximo à família Solo, no sétimo episódio, "O Despertar da Força", antes de interpretar o Corvo de Três Olhos na série de sucesso global "Game of Thrones".

Estranhamente, nunca recebeu muitos prêmios. Sydow foi indicado apenas duas vezes ao Oscar: por seu papel em "Pelle, o Conquistador", de 1987, filme de Bille August, e por seu papel de coadjuvante no filme do britânico Stephen Daldry "Tão Forte e Tão Perto", de 2011.

Como ele explicava a falta de reconhecimento? "Aos atores que tiveram algum sucesso sempre são oferecidos o mesmo tipo de papéis, e eu sofri com isso", declarou ao jornal sueco Aftonbladet na época do lançamento do filme.

Em 1997, Max von Sydow, pai de dois filhos de um primeiro casamento com a atriz sueca Christina Olin, casou-se com a documentarista francesa Catherine Brelet.

"Quero morar na França. E quero morrer na França", afirmou o ator quando o casal se estabeleceu na França, onde foi elevado ao posto de Comandante das Artes e Letras em 2005 e feito Cavaleiro da Legião de Honra em 2011.

Para o ex-presidente do Festival de Cinema de Cannes Gilles Jacob, "ele era um dos maiores atores do mundo. Era capaz de interpretar papéis espectrais ou perturbadores, mas Max era de uma delicadeza e humanidade comoventes".

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