Não foram numerosas nem ganharam grandes destaques as adaptações de Rubem Fonseca para o teatro, se comparadas àquelas feitas para a TV e para o cinema. Mas, sim, a atmosfera noir, os diálogos e o suspense criados pelo autor tinham natureza para serem reproduzidas com efeito sobre o palco.
Em 2007, "O Cobrador" estreou com adaptação da Companhia X, um grupo independente e que fez trajetória longeva com uma sede no centro de São Paulo.
Levado quase integralmente à cena, o conto tinha concepção realista. Era a história de um sujeito que, com uma arma em punho, passava a cobrar de todos as injustiças que ele achava que a sociedade lhe devia.
A mesma história foi montada por Beth Lopes, diretora que pesquisou o universo dos quadrinhos, em 1990.
Mais recentemente, em 2017, o espetáculo "Histórias que Não Deveriam Ser Contadas" levou ao palco os contos “O Outro” e “O Buraco na Parede”, também do autor, com direção de André Paes Leme. O espetáculo costurava as histórias de Fonseca à obra de um autor português cuja identidade passa muito mais pelas metáforas e a metalinguagem, João de Mancelos, estabelencendo um paralelo entre eles.
“Sobre Trutas, Cibalenas e Olhares”, de 2012, também se inspirou no conto “Olhar”, de Fonseca, retratando o processo em que o personagem principal redescobre o prazer de se alimentar. No conto, o escritor fica fascinado ao observar uma truta antes de comê-la, sentindo-se obervado por ela.
E, no ano 2000, "Idiotas que Falam Outra Língua" fez sucesso no Festival de Curitiba. O conto de Fonseca foi adaptado pela Cia. de Teatro da Bahia e fala sobre um casal e os conflitos que surgem a partir da evocação de seus respectivos amantes.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.