Há 30 anos, Madonna lançava a turnê polêmica que mudou a música pop

Os shows de 'Blond Ambition Tour' tinham protestos contra o papa e defendiam a causa LGBT

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Daniel Palomares
São Paulo | UOL

Há 30 anos, neste mesmo dia 13 de abril, Madonna dava início a sua turnê mais impactante e polêmica: "Blond Ambition Tour". Lotando arenas e estádios nos Estados Unidos, na Europa e no Japão, a cantora se consolidou como uma força absoluta da música pop e causou controvérsia com cada detalhe de suas apresentações. Se você não viveu o auge da rainha do Pop, o Uol te mostra tudo de mais marcante na turnê que fez história.

Uma das inovações imediatas do show da "Blond Ambition" era a divisão da apresentação em cinco atos diferentes, como uma peça de teatro. Madonna se inspirava no filme alemão "Metrópolis", de Fritz Lang, na abertura, depois mergulhava em um bloco religioso, inspirado no longa "Dick Tracy", de Warren Beatty, uma Art Deco, e por fim, o bis.

Diversos artistas da atualidade continuam apostando em dividir seus shows em blocos distintos.

Todo o figurino do show foi elaborado por Jean Paul Gaultier, que criou looks que atravessaram gerações, como o sutiã em formato de cone, o traje mais emblemático da turnê.

Madonna ainda era tão poderosa que pediu aos donos da Mac, empresa de maquiagem, que criassem um batom vermelho para ficar intacto durante todo o show, mesmo com suor. Assim nasceu o "Russian Red", que a cantora usou em todas as apresentações.

Madonna fez questão de contratar dançarinos latinos, negros e asiáticos que popularizaram o "voguing" para a turnê. Eles não tinham receio de se expressar de maneira afeminada e até usavam rabos de sereia na performance de "Cherish". Madonna celebrava o movimento LGBT no palco, fazendo discursos sobre o uso de preservativos e a prática de sexo seguro pela prevenção contra a disseminação da HIV.

Em um dos momentos mais polêmicos do show, a cantora simulava masturbação em cima de uma cama no palco ao som de seu clássico "Like a Virgin". O ato despertou a ira da Igreja Católica e de outros grupos conservadores.

Falando em igreja, o próprio Papa João Paulo 2º condenou a existência do show, declarando que se tratava de "uma das apresentações mais satânicas da história". Vale lembrar que em um dos atos da perfomance Madonna se vestia como um padre, usando uma cruz no pescoço enquanto cantava sobre aborto em "Papa Don't Preach".

Durante a passagem da turnê por Toronto, no Canadá, a polícia ameaçou prender Madonna se ela realizasse a masturbação no palco. Em Roma, após os protestos do Papa e uma greve de trabalhadores, um dos três shows na cidade precisou ser cancelado pela baixa venda de ingressos. Por onde passava, Madonna causava polêmica.

Os shows de Londres foram exibidos pelo canal de TV BBC. A emissora pediu para que a cantora maneirasse nos palavrões após a exibição do primeiro show. Em resopsta, ela disse "'Foder' não é uma palavra ruim. 'Foder' é vida. Sim, eu estou dizendo 'foder' mesmo. Foder, foder, foder".

A "Blond Ambition" foi um marco na carreira de Madonna e serviu de inspiração para uma série de artistas que vieram depois.

U2, Pet Shop Boys e Kylie Minogue fizeram turnês com divisão de atos. Michael Jackson, Janet Jackson, Britney Spears e outras estrelas apostaram no microfone headset, popularizado por Madonna. Os shows nunca mais foram os mesmos e Madonna foi a grande responsável.

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