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Televisão

Produzida por Phoebe Waller-Bridge, 'Run' promete tensão sexual

Série da HBO sobre reencontro de ex-casal de amantes universitários tem boa premissa

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Run

  • Quando Dom., à 0h., na HBO; também disponível no HBO Go


A premissa dessa série parece uma daquelas ótimas ideias para se dar numa reunião de roteiristas e que depois se revelam um inferno para tocar.

Dois ex-amantes da época da faculdade, que não se veem há 15 anos, decidem abandonar tudo e todos para trás para ficarem juntos. A senha é um mandar ao outro uma mensagem de celular com “run” —“corra” em inglês— e receber a mesma resposta. Se isso acontecer, eles devem pegar o primeiro voo para Nova York, se encontrar na Grand Central Station e de lá pegar o primeiro trem depois das 17h.

E é assim que começa o primeiro episódio, de um total de oito, que a HBO vem exibindo.

É confortador assistir a uma série que entra aos poucos no ar, e que mesmo que você perca a estreia ainda tem uma semana até o outro episódio ficar disponível. Essa não é uma série que você começa a ver já aflito por se sentir devendo muitas horas para a TV. Assim, só o primeiro episódio será analisado neste texto, e não a série inteira.

Encontramos a protagonista, Ruby, sentada dentro de um carro em um estacionamento lotado, dizendo para um homem no celular que está indo às compras e depois vai para uma aula de ioga.

Primeira boa surpresa: a atriz é a incrível Merritt Wever, a jovem enfermeira de “Nurse Jackie”, em seu primeiro papel principal. Já estava mais do que na hora dela, que constantemente roubava as cenas das quais participava, e que já ganhou dois prêmios Emmy como atriz coadjuvante de comédia.

Voltando ao plot, assim que ela desliga o celular, chega a mensagem de um tal Billy: “run”. Ela responde: “run”. E sai correndo em direção ao aeroporto, deixando não sabemos bem o que para trás, além da promessa de estar em casa antes do almoço para receber uma encomenda que vai chegar para o homem com quem ela estava falando ao celular.

Ela já está dentro do trem quando encontramos Billy, um britânico ruivo, o ator irlandês Domhnall Gleeson, o Billy Weasley de “Harry Potter”, agora todo adultinho. Ele está mentindo para uma mulher ao telefone, dizendo que está na Escócia e manda notícias quando puder.

O encontro dos dois no trem é sexy e tenso, a química entre eles é ótima, mas não pense em um amante correndo para os braços do outro para viverem felizes para sempre. Os dois estão ali por impulso, mas deixaram muitas coisas para trás e sabem que estão sendo no mínimo dissimulados e sacanas com outras pessoas que ainda não conhecemos.

O telefone de Ruby não para de tocar, as mensagens que chegam são cada vez mais aflitas com o sumiço dela.

Mas em um dos primeiros diálogos entre Ruby e Billy eles fazem um trato: uma moratória para perguntas pessoais pelas primeiras 48 horas de encontro. Como esse primeiro episódio se passa durante as primeiras horas de viagem de trem, não ficamos sabendo nada da situação anterior de nenhum dos dois.

O capítulo inicial parece uma peça de teatro, se passa quase todo num único cenário, o trem, tem só dois atores centrais e poucos figurantes com participações minúsculas.

O dedo de Phoebe Waller-Bridge está lá, apesar de ela assinar apenas como produtora executiva e fazer uma participação especial que ainda está por vir. A criação é de Vicky Jones, parceira de Phoebe nas três séries que ela fez até agora, “Crashing”, “Fleabag” e “Killing Eve”.

Foi Vicky Jones também quem dirigiu o monólogo no teatro que deu origem à série “Fleabag”. Aliás, segundo Waller-Bridge contou em uma entrevista, foi Vicky Jones quem a convenceu a fazer o monólogo em primeiro lugar.

A ver se toda a tensão sexual e da situação criada até agora faz dessa série o thriller romântico que promete ser.

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