Bolsonaro deve nomear Mário Frias, ex-'Malhação', para comandar a Cultura

Apoiador do presidente, ele participou de almoço no Palácio do Planalto um dia antes da saída de Regina Duarte

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Brasília

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deve nomear o ator Mário Frias, ex-galã de "Malhação", para o comando da Secretaria Especial da Cultura.

A expectativa é que o anúncio seja feito nesta quinta-feira (21). O ator foi sondado na terça-feira (19), em almoço no Palácio do Planalto, e, de acordo com relatos feitos à Folha, demonstrou disposição em assumir o posto.

Na tarde desta quarta-feira (20), Bolsonaro e Frias tiveram uma conversa sobre as expectativas do presidente para a nova gestão. Segundo assessores presidenciais, ele espera que o ator aumente o rigor na concessão de benefícios ao setor do audiovisual e implemente mudanças na Lei Rouanet.

A atriz Regina Duarte, que estava há quase três meses na função, deixou o comando da pasta oficialmente nesta quarta-feira (20) e vai assumir agora a Cinemateca Brasileira, em São Paulo. Antes de sua partida à capital paulista, ela deve ajudar o ator no período de transição.

Mário Frias, que é entusiasta do governo Bolsonaro, atualmente é apresentador do game show “A Melhor Viagem”, exibido pela RedeTV!. Mas seu rosto é bem mais conhecido pela época como protagonista da sexta temporada do seriado “Malhação”, a partir de 1999, quando fazia par romântico com Priscila Fantin.

Almoço de Jair Bolsonaro com o ator Mário Frias (de camisa azul, atrás do presidente)
Almoço de Jair Bolsonaro com o ator Mário Frias (de camisa azul, atrás do presidente) - Reprodução/Instagram/drtannure

Ele tem o apoio dos filhos do presidente e também do núcleo ideológico do governo, alinhado ao escritor Olavo de Carvalho. No início do mês, em entrevista à CNN, Frias já havia dito que seria uma honra ocupar o posto.

No último final de semana, o presidente já havia comentado com deputados bolsonaristas que Regina Duarte estava disposta a mudar de cargo.

Na manhã desta quarta (20), após o encontro com Regina, o presidente já sinalizava que Frias era o seu favorito, mas dizia que, antes de fazer um convite, conversaria com outros integrantes da classe artística para tomar uma decisão.

Antes de convidar Regina, Bolsonaro cogitou convidar o ator Carlos Vereza, mas suas críticas recentes ao governo levaram o presidente a desistir de fazer uma nova ofensiva.​

Segundo a colunista Mônica Bergamo, o encontro com Frias foi intermediado pela deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP). Na terça, o presidente postou um vídeo nas redes sociais em que Frias dizia estar à disposição para substituir a atriz no órgão.

“Pro Jair, cara, o que ele precisar eu tô aqui. Eu torço demais pra Regina, eu sou fã dela, mas pelo Brasil eu tô aqui, o que for preciso. Respeito o Jair demais, vejo o Brasil com chance de finalmente ser respeitado”, disse Frias à CNN no começo de maio, sobre a possibilidade de assumir a secretaria no lugar de Regina.

Integrantes do governo Bolsonaro veem na escolha de Frias uma nova gestão tutelada da Cultura.

A deputada Carla Zambelli, que costurou o almoço do ator e os encontros com o presidente, deve se manter forte na pasta, garantindo indicações na secretaria.

De acordo com pessoas próximas à pasta, o ex-ator de Malhação vem sendo chamado de "marionete", numa brincadeira pejorativa com seu nome.

Bolsonaro tem mantido aliados próximos em áreas consideradas importantes para ele, como tem feito na Saúde e na Justiça com militares e agora, na Cultura, com representantes da área ideológica.

Zambelli é representante do bolsonarismo ligado ao escritor Olavo de Carvalho e tem relação próxima com os filhos do presidente.

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