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'Hard', nova série da HBO, ainda não disse a que veio

Obra, dividida em seis episódios, é ficção com indústria pornô como pano de fundo

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Hard

  • Quando estreia domingo (17), na HBO

Pode ser algo injusto avaliar uma série só pelo primeiro episódio, ainda mais uma como "Hard", que promete ter grandes mudanças de rumo daqui para a frente. Mas foi só esse o capítulo que a HBO disponibilizou para a resenha de um dos produtos em que está apostando mais alto nessa próxima leva. Então vamos lá.

"Hard" começa bem soft, com uma família em uma casa de classe média alta, cada um entretido de alguma maneira. O pai brinca com um drone numa varanda suspensa, o filho vê TV, a filha se distrai com o celular e a mãe prepara uma refeição na cozinha.

De repente, o pai se desequilibra, leva um tombo e morre. E isso não é um spoiler muito grave, já que acontece nos primeiros minutos e é a premissa do que virá a seguir.

No velório, Sofia, a viúva, papel de Natália Lage, recebe uma notícia inusitada de sua sogra, vivida por Denise Del Vecchio. O marido não era dono de uma empresa de tecnologia, como dizia, e sim de uma produtora de filmes pornô, que por sinal está no nome da mulher e será sua única herança. E a sogra também trabalha lá como uma espécie de gerente.

A situação deveria ser cômica, a série se apresenta como uma comédia, mas a cena não tem graça nenhuma. Tem outras qualidades, a atriz Denise Del Vecchio está muito bem, Natália Lage também se mostra segura no seu papel, mas nada provoca uma risadinha, um sorriso.

E isso se repete outras vezes conforme o episódio de 30 minutos se desenrola. Peculiar é um bom termo para definir algumas situações, mas a comédia não passa por ali.

Chocada com a notícia, Sofia vai conhecer o estúdio, onde várias cenas de sexo estão sendo gravadas ao mesmo tempo, cada uma mais bizarra que a outra, enquanto atores e atrizes andam nus pelos corredores. Essa passagem, além de não ter graça, também não é nada sexy.

E, salvo pelo trabalho de alguns bons atores, como Fernando Alves Pinto, Martha Nowill e Julio Machado, as interpretações são artificiais demais. Mas esse foi só o primeiro episódio de um programa que terá seis capítulos e é baseado em uma série francesa de mesmo nome e de sucesso.

Pode ser que venha algo como um "Breaking Bad" pela frente, que tinha uma premissa similar –um pai de família comum descobre que tem câncer e decide passar a produzir metanfetamina para deixar uma boa herança para a família. E "Breaking Bad" é uma obra-prima.

É meio claro que Sofia não vai vender a produtora e vai acabar se envolvendo com o negócio, o que pode render boas situações, quiçá com graça e sex appeal. Mas só de ser melhor que o primeiro episódio já será alguma coisa.

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