Novo disco de Moby une energia de pista de dança e faixas introspectivas

'All Visible Objetcs', 17º álbum de estúdio do compositor americano, vai agradar fãs

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All Visible Objects

  • Autoria Moby

O DJ, compositor e produtor Moby, 54, lançou seu 17º álbum de estúdio na semana passada e dividiu a crítica. “All Visible Objetcs”, no entanto, vai agradar a seus fãs. Tem a energia e vitalidade de quem curte Moby na pista de dança, mas apresenta também uma série de faixas mais introspectivas que recordam “18”, seu grande disco de 2002.

Moby chamou a atenção pela primeira vez ainda em 1991, quando lançou o single “Go”, elevado a hit obrigatório das raves naquela primeira metade dos anos 1990. Mas foi levado a sério principalmente após 1999, com o álbum “Play”, que vendeu 12 milhões de cópias e é, até hoje, um favorito entre os amantes de música eletrônica de todo o mundo.

“All Visible Objects” bebe muito daí, o que fez alguns críticos reclamarem de autoindulgência e nostalgia. Mas a força de canções como “Morningside”, “My Only Love” ou “Power Is Taken” paira acima desses problemas.

Essa última, aliás, parece ter posto Moby em rota de colisão com a política dos tempos de Trump (Moby é americano, de Nova York). “We who hate oppression/ must fight against the oppressors/ power is not shared/ power is taken”, ele canta (nós que odiamos a opressão/ devemos lutar contra a opressão/ o poder não é dado/ o poder é tomado).

“Rise Up in Love” é um exemplo das canções mais contemplativas do novo álbum. Delicada e com vocais femininos, não chega ao status de obra-prima alcançado há 18 anos com “We Are All Made of Stars” ou “One of These Mornings”, mas tem o mesmo DNA.

Vegano há quase 33 anos, depois de adotar um gato numa lixeira, e ativista ferrenho dos direitos dos animais, Moby informa que qualquer lucro proveniente deste disco será encaminhado para um grupo de ONGs ecológicas e sociais. É uma atitude comum para ele, que há cinco anos tem um restaurante em Los Angeles, The Little Pine (vegano, é claro), cujos rendimentos também vão para instituições que zelam pelos bichos.

Moby tem tatuado “vegan for life” (vegano a vida toda) em seu pescoço, “animal rights” (direito dos animais) em um braço e também um pequeno “VX” ao lado de seu olho direito, significando V para vegano e X como o símbolo dos straight edge, grupo que prega a sobriedade de drogas e álcool, entre outas coisas.

Como se vê, Moby é um cara tão bem situado no mundo politicamente correto que a polêmica na qual se envolveu há um ano não foi suficiente para cancelar o artista. Em seu segundo livro de memórias, ele escreveu que namorou a atriz Natalie Portman quando ela tinha 20 anos, e ele, 33, descrevendo beijos sob carvalhos centenários e abraços na cama no dormitório dela na Universidade Harvard.

Portman se ofendeu e disse para uma revista que jamais havia namorado Moby, afirmou que tinha 18, não 20 anos, e que se lembrava de Moby só como um cara muito mais velho sendo esquisito ou sinistro ("creepy") com ela. Moby manteve a história do namoro, respondendo a ela pelo Instagram. Alguns dias depois, pediu desculpas por não ter pedido autorização dela para incluir a história no livro, mas não voltou atrás.

Antes disso, há quatro anos, em uma entrevista ao jornal britânico The Guardian, ele reclamou por não ser gay. “Fiquei desapontado por ser heterossexual”, ele se resignou. Como não amar um cara desses?​

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