Descrição de chapéu Ao Vivo em Casa

Está difícil ter delicadeza com tanta violência, afirma Tati Bernardi

Escritora e roteirista participou da série diária de lives da Folha nesta sexta (29) às 17h

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Núcleo de Imagem/Folhapress
São Paulo

Durante a live da Folha nesta sexta-feira (29), a escritora e roteirista Tati Bernardi comentou a dificuldade para ter motivação para criar em meio à pandemia e à crise política no Brasil.

“Está difícil ter delicadeza com tanta violência”, afirmou. Ela também se perguntou de que forma a literatura pode ser criada neste momento e como pode “vencer a maldade”.

A colunista de Cotidiano conta que está trabalhando muito, “apesar da angústia”. E discutiu os desafios de pensar roteiros e histórias diante de tantas incertezas.

“Daqui a três anos, a gente vai querer ver uma história de amor que tem coronavírus no meio?”, perguntou, além de abordar o outro lado da questão —é possível fugir do assunto da Covid-19 e da epidemia?

Mas a cronista admitiu que às vezes se preocupa mais com o governo Bolsonaro do que com o vírus. “A minha angústia tem a ver com não saber o futuro do país, o que vai ficar para a minha filha”, disse.

Ela também leu trechos de seu novo romance, "Você Nunca Mais Vai Ficar Sozinha", da editora Companhia das Letras, que narra a história de uma relação próxima entre mãe e filha.

O romance em primeira pessoa constrói um jogo de bonecas russas em que a protagonista, grávida, medita sobre seu passado, a maternidade e o “limbo da gravidez”, em que não “era mais só filha”, mas se torna também mãe.

A autora afirma que sua obra borra as fronteiras entre verdade e ficção. É de sua vivência que extrai matéria-prima para escrever, mas ela não se furta de inventar.

Isso frequentemente irrita as pessoas ao seu redor. Caso de sua própria mãe com seu livro mais recente. “Minha mãe ficou duplamente brava —pelo que tem de real e pelo que tem de inventado”, conta.

É justamente o tema da autoficção —a mistura de realidade com a imaginação— que Tati Bernardi está estudando hoje, além dos estudos de psicanálise, área sobre a qual tem se debruçado nos últimos cinco anos.

“As pessoas ao meu redor sofrem um pouco pela maneira com que eu escrevo e eu sofro de ver como elas sofrem”, disse. “Mas, enfim, eu gosto de ser uma autora de autoficcção, me dá muito prazer.”

Todas as sextas, às 17h, a Ilustrada apresenta convidados do mundo das artes, entre músicos, cineastas, dramaturgos, escritores, estilistas, artistas plásticos e diretores de TV. As lives têm exibição tanto no site da Folha quanto no canal do jornal no YouTube.

As editorias de Turismo e Comida se revezam no horário, com bate-papos sobre o impacto da quarentena no mercado de viagens, mostrando os direitos do consumidor e o que deve acontecer após o pico da pandemia.

PROGRAMAÇÃO DAS LIVES DA FOLHA

Segunda-feira Poder

Terça-feira Folhinha

Quarta-feira Saúde

Quinta-feira Mercado e Painel S.A.

Sexta-feira Ilustrada, Turismo e Comida

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