A Coalizão Negra por Direitos protocolou no Ministério Público Federal, nesta quinta-feira (4), um pedido de afastamento do presidente da Fundação Palmares. Também nesta quinta, a Defensoria Pública da União entrou com ação no Superior Tribunal de Justiça para retirar Sergio Camargo do cargo.
As duas medidas foram tomadas depois de diversas declarações de Camargo consideradas racistas. Desde quarta, circula nas redes áudio revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo em que Camargo chama agentes do movimento negro de "escória maldita". O termo foi usado por ele em uma reunião em abril —ele foi gravado sem seu conhecimento. Camargo já havia dito que a escravidão no país foi benéfica para descendentes de escravos.
Os mesmos agentes que protocolaram o pedido no MPF realizarão uma manifestação pela saída de Camargo da Fundação Palmares, nesta sexta em Brasília, a partir das 10h. O órgão pertence ao Ministério do Turismo. Na pauta também está a morte de João Pedro, morador de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, de 14 anos, morto a tiros no último dia 18, durante operações das polícias Civil e Federal no complexo do Salgueiro.
Por causa de suas declarações nas redes sociais, Camargo já havia sido impedido na Justiça de assumir a direção da Fundação Palmares, em dezembro do ano passado. Em fevereiro, porém, o ministro João Otávio de Noronha, do STJ, reverteu a decisão a pedido da União, e Camargo assumiu o posto.
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