A exoneração da atriz Regina Duarte à frente da Secretaria Especial da Cultura foi publicada na edição desta quarta-feira (10) do Diário Oficial da União, 20 dias depois de a atriz anunciar que deixaria o posto.
Também na edição desta quarta foi publicada a dispensa de Regina do Conselho do Programa Nacional de Incentivo ao Voluntariado. Ela era uma das representantes da sociedade civil no órgão e pediu para deixar o posto.
Na manhã desta quarta, o presidente Jair Bolsonaro disse a deputados aliados que a atriz não deixará o seu governo e que deve nomeá-la para um novo cargo na próxima semana.
Bolsonaro avalia duas possibilidades —a função de assessora especial do Ministério do Turismo, considerada a mais provável, ou um posto na Cinemateca Brasileira. Para a segunda opção, o ministro da Secretaria-Geral, Jorge Oliveira, pediu estudos jurídicos sobre a viabilidade de reincorporá-la ao governo federal, uma vez que ela passou ao controle de uma organização social.
O presidente decidiu agilizar a demissão da atriz para permitir a nomeação de um substituto. Um dos cotados, o ex-galã de "Malhação" Mário Frias, vem perdendo força nos bastidores. A tendência é de que a indicação seja publicada até segunda-feira (15).
Na sexta-feira (5), a atriz publicou em suas redes sociais que ainda trabalhava no governo Bolsonaro. Na mesma publicação, disse que não se permitiria deixar "incompletas lutas e conquistas para o setor cultural" e afirmou que havia sido convocada pelo Ministério do Turismo a participar de uma reunião do Comitê Gestor do Fundo Setorial do Audiovisual.
Se for mesmo nomeada para um cargo na Cinemateca, Regina encontrará a instituição mergulhada em uma grave crise financeira, com falta de repasses e salários atrasados desde abril.
Após uma enchente, quatro incêndios e outros riscos ao seu acervo nos últimos anos, a Cinemateca viu a empresa que faz a manutenção da refrigeração deixar de atender a instituição no fim da tarde desta terça-feira (9) por falta de pagamento. Procurada, a Acerp (Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto), que gerencia o espaço desde 2018, confirmou a informação.
A falta de manutenção e eventual corte do fornecimento de energia comprometem o acervo da instituição.
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