A atriz e diretora Bárbara Paz, 45, vai falar sobre pandemia, solidão e cinema em live da série Ao Vivo Em Casa, da Folha, nesta sexta-feira (24).
Isolada em seu apartamento no centro de São Paulo por 50 dias, Paz fez o registro visual de seu cotidiano, a partir do qual criou duas obras de videoarte exibidas no Festival Arte Como Respiro, que apresenta o resultado de um edital emergencial criado pelo Itaú Cultural. Atriz doou o recurso recebido via edital, no valor de R$ 2.000, para o Grupo Tapa de Teatro.
"Trancada dentro do meu apartamento no centro da cidade de São Paulo ouço gritos e murmúrios dentro de mim. Sozinha sem contato com o outro. No meio de uma pandemia mundial. Publico meu diário sensorial através de sons e imagens capturados por um telefone e meu corpo”, escreveu a atriz sobre as obras produzidas na quarentena.
Neste período, Paz também criou no Instagram o @projetosolidao, em que convida pessoas a darem sua versão sobre o que significa estar só por meio de poemas, músicas e rezas filmadas em preto e branco.
Paz se formou pela Escola de Teatro Macunaíma e pelo Centro de Pesquisa Teatral, o CPT, de Antunes Filho. Recentemente, no entanto, enveredou pela direção com o documentário "Babenco - Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou", em que conta a história do cineasta Hector Babenco, morto em 2016 e com quem foi casada desde 2010.
O filme foi selecionado para o Festival Internacional de Cinema de Veneza do ano passado, quando recebeu o prêmio da crítica independente e o prêmio de melhor documentário de cinema do festival. A estreia no Brasil foi adiada já por causa da pandemia.
Paz já tem um segundo projeto de direção engatilhado. Tem roteiro de Antônia Pellegrino e deve se chamar "Silêncio".
A atriz ganhou popularidade em 2001 ao participar e vencer o reality show "A Casa dos Artistas", do SBT. O confinamento televisionado daqueles dias, no entanto, ela diz que em nada se parece com a situação de isolamento de hoje. "Agora não é uma escolha, é a regra da vida."
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