Blog Sons da Perifa joga luz sobre a arte periférica, do funk à cultura de rua

Página criada pelo designer Jairo Malta, que nasceu e cresceu no bairro paulistano do Grajaú, estreia nesta segunda (20) na Folha

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São Paulo

Qual é o som da periferia? “Se você der um rolê em qualquer periferia, o barulho sempre será o protagonista da cena —o brega tocando na jukebox do bar, os ônibus passando, a feira de domingo ou a pelada na rua”, diz Jairo Malta, designer da Folha, fotógrafo e aspirante a DJ de funk.

Malta assina o blog Sons da Perifa, que estreia nesta segunda (20) no site da Folha, com publicações semanais. O designer, de 32 anos, nasceu e foi criado no Grajaú, o maior distrito de São Paulo, com uma população que passa de meio milhão de habitantes, no extremo sul da cidade.

Jairo Malta
Jairo Malta - Arquivo Pessoal

É uma das regiões tradicionalmente ricas em cultura, tendo sido um dos berços do hip-hop nacional nos anos 1990. São do Grajaú nomes como o rapper Criolo e o Pagode da 27, além do funkeiro Zóio de Gato.

Há ainda personagens famosos apenas localmente. É o caso do Fran —dono de uma casa de forró que leva seu nome— e da Dona Vilani —que leva poesia e filosofia à quebrada.

“No Grajaú, você pode tanto ouvir uma banda cover do Nirvana no clube de motoqueiros quanto um grupo gospel no centro cultural ou um baile de rua na favela da ZR.”

Mas, mesmo com os pés em São Paulo, o blog vai olhar para toda a produção periférica do país. Ou seja, vai falar da rapper paraense Nic Dias, que faz trap nortista, e do grupo Fundo de Quintal —coletivo do Maranhão que recria hits com tambores e é fenômeno do Instagram.

“Não só de música vive a periferia. Temos fotógrafos inspiradores como Jeferson Delgado, produções audiovisuais como as do Fluxo e eventos do PerifaCon. Quero falar sobre tudo isso.”

Mais do que um espaço para discussão de arte periférica, sua estética e relevância, o Sons da Perifa pretende registrar uma cultura que nasce e sobrevive nas ruas. As manifestações de quem geralmente não está na frente das câmeras de TV —no máximo, a dos celulares.

“O que alimenta o mainstream são as ruas. É onde tudo começa. A cultura periférica é a base da pirâmide do pop. Se ela desaparece, não existe Anitta, não existe ‘Cidade de Deus’, não existe ‘Domingão do Faustão’.”

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