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Cinema

'The Old Guard', com Charlize Theron, é sangrento e charmoso

Filme não é à prova de furos e tem incongruências, mas saldo final é bem positivo

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The Old Guard

  • Quando Disponível a partir de 10 de julho
  • Onde Netflix
  • Elenco Charlize Theron, Matthias Schoenaerts, Chiwetel Ejiofor
  • Produção EUA, 2020
  • Direção Gina Prince-Bythewood
  • Duração 124 min

Charlize Theron tem se transformado, nos últimos anos, na atriz de ação por excelência. É uma espécie de versão feminina dos fortões dos anos 1980, como Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger, ou dos anos 1990, como Bruce Willis.

A boa notícia é que, aos 44 anos, Theron sabe escolher muito bem seus projetos no gênero. Em “Mad Max: Estrada da Fúria”, de 2015, roubou o protagonismo de Tom Hardy, o Max, como a implacável Furiosa.

Já “Atômica”, de 2017, é um espanto. Roteiro bacana, lutas incríveis, espionagem fina, música marcante, figurino inesquecível. Deixou os masculinos James Bond e “Missão Impossível” no chinelo. “Atômica 2” já foi anunciado, outra boa notícia.

Nesta sexta, a atriz volta num filme de ação muito bom, na Netflix, “The Old Guard”. É a terceira boa notícia, já que a última grande aposta de ação da plataforma de streaming, “Resgate”, lançada em maio, com Chris, o “Poderoso Thor”, Hemsworth, foi ordinário demais.

“The Old Guard”, curiosamente, estreia com o nome em inglês mesmo. Os mais velhos vão se lembrar um pouco de “Highlander”, grande sucesso de 1986 com Christopher Lambert. Como lá, os guerreiros de “The Old Guard” são imortais, peregrinaram pelo planeta desde tempos imemoriais e acabam de chegar aos tempos atuais.

Mas eles não lutam entre si, como no filme dos anos 1980, e sim formam uma equipe que busca fazer boas ações pelo mundo, como salvar reféns ou impedir atentados. Theron é a chefe da turma, uma guerreira tão antiga que mal se lembra quantos anos tem.

As cenas de luta são ótimas, incluindo aquele charme dos machados e espadas das antigas, e, em alguns momentos, impressionam pelo sadismo, excesso de sangue e criatividade dos assassinatos.

Um casal gay de guerreiros é o responsável por algumas das melhores cenas do filme, com seus diálogos apaixonados e divertidos.

Com seu segredo descoberto por um espião, eles se tornam alvo de uma grande empresa farmacêutica, que pretende usar os guerreiros como cobaias para descobrir as causas genéticas da imortalidade e replicar o traço em remédios.

O filme não é à prova de furos, entretanto. O roteiro, baseado na série de quadrinhos de Greg Rucka e Leandro Fernandez, tem uma série de incongruências. Mas, sendo um filme de ação sem maiores pretensões, o conjunto funciona. A direção é de Gina Prince-Bythewood. Mulher e negra, ela vem de um cinema um pouco mais dramático, mas não decepciona nessa visita à ação.

Vale lembrar que Charlize Theron, que também produz a maioria dos filmes em que atua, é uma atriz com bagagem. Tem uma série de filmes corajosos no currículo e ganhou o Oscar de melhor atriz por “Monster: Desejo Assassino”, de 2003, quando engordou 15 quilos e pôs silicone no rosto para viver uma serial killer.

Há dois anos, ela engordou 22 quilos para fazer “Tully” e se preocupou se conseguiria emagrecer novamente, quando estava com mais de 40 anos. Pois ela conseguiu, como se pode constatar em “The Old Guard”.​

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