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Associação responsável pelo Globo de Ouro é processada por monopólio

Organização acusada de centralizar informações diz que denúncia é tentativa de prejudicá-la

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Los Angeles | AFP

A seleta associação de jornalistas que premia o Globo de Ouro foi acusada nesta segunda-feira (3) de sabotar o trabalho de profissionais que não são membros, enquanto desfruta de luxuosos benefícios e um acesso sem precedentes às estrelas de Hollywood.

Um processo antimonopólio apresentado contra a Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA, na sigla em inglês) afirma que o grupo monopoliza ilegalmente a informação sobre o entretenimento em Los Angeles e também cria barreiras quase impossíveis de serem superadas para a aceitação de novos integrantes.

"Durante o ano inteiro, os membros da HFPA usufruem de viagens com todas as despesas pagas para festivais de cinema do mundo todo, onde são tratados com luxo e todos os seus desejos são realizados pelos estúdios", diz o texto do processo apresentado pela jornalista norueguesa Kjersti Flaa.

"Os candidatos qualificados para admissão na HFPA quase sempre são recusados, porque a maioria dos 87 membros não está disposta a compartilhar ou diluir os enormes benefícios econômicos que recebe", completou.

Procurada pela AFP, a HFPA, que alega ter feito tentativas nos últimos anos de atrair membros mais jovens, rebateu as acusações, que considera reflexos de "tentativas repetitivas de prejudicar" a organização.

A HFPA tem influência considerável no mundo do cinema graças ao Globo de Ouro, um dos prêmios mais importante de Hollywood e que abre caminho para a glória no Oscar.

Porém, o processo para se tornar membro da HFPA, que dá direito a votar na premiação, é repleta de mistérios.

Embora alguns de seus integrantes trabalhem para respeitados veículos da imprensa estrangeira, muitos são independentes e escrevem em mídias desconhecidas.

O processo detalha casos de membros que foram premiados pelos estúdios de Hollywood, incluindo uma viagem de imprensa da Disney a um hotel cinco estrelas em Singapura no ano passado.

"É claro que os estúdios se incomodam em ter que gastar enormes somas de dinheiro para satisfazer os desejos de algumas dezenas de jornalistas de idade avançada que regularmente são flagrados roncando durante projeções, mas, dada a importância do Globo de Ouro, não veem maneira de pôr um fim a essa farsa", finaliza o documento.

Flaa solicitou a entrada na HFPA em 2018 e no ano passado, mas foi rejeitada nas duas ocasiões.

No processo, ela acusa jornalistas escandinavos rivais de terem bloqueado sua entrada, apesar de estar capacitada para integrar a HFPA de acordo com os critérios da associação, segundo ela.

Qualquer jornalista estrangeiro que deseje ingressar deve ser apoiado por dois membros. O pedido, contudo, pode ser rejeitado com apenas um veto.

A Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood "rejeitou a chantagem e afirmou a Flaa que a aceitação como membro não é obtida por intimidação", indicou a HFPA.

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