Marcello Dantas é anunciado curador da próxima edição da Bienal do Mercosul

Evento de arte em Porto Alegre está marcado para 2022 e será guiado pelas ideias de trauma, sonho e fuga

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São Paulo

O produtor Marcello Dantas foi anunciado nesta quarta (19) como o curador da próxima edição da Bienal do Mercosul.

A 13ª edição do evento de arte que acontece em Porto Alegre a cada dois anos será realizada em 2022 e vai se espalhar por “lugares com carga emocional e histórica” da cidade, segundo Dantas, além dos espaços culturais tradicionais. Os locais ainda não foram divulgados.

O conceito da mostra de arte contemporânea gira em torno de três palavras —trauma, sonho e fuga. Segundo o curador, juntos, os termos oferecem uma estratégia de saída de uma situação impactante, ou seja, um trauma pode gerar um esquema mental que permita um escape para outro lugar.

pessoas sentadas em bancos em fila
Performance do mexicano Hector Zamora, na Bienal do Mercosul de 2018 - Tuane Eggers/Divulgação

Além de artistas consagrados, o evento terá uma chamada aberta para a seleção de novos talentos, que vão desenvolver trabalhos especificamente para a bienal. O objetivo é ter a participação de nomes totalmente desconhecidos no circuito, de acordo com o curador.

Dantas, 53, é fundador da Magnetoscópio, produtora cultural que atua dentro e fora do Brasil há mais de 30 anos. Seu trabalho recente mais importante foi ter viabilizado, em várias cidades brasileiras, a megaexposição “Raiz”, uma retrospectiva do artista chinês Ai Weiwei que esteve em cartaz entre o final de 2018 e meados do ano passado.

Mentor de artes visuais do Art Institute of Chicago, Dantas trabalha na fronteira entre arte e tecnologia, montando exposições tradicionais e realizando projetos que lidam com os sentidos e a percepção. Foi curador da Bienal de Vancouver em 2014 e 2018. Em 2017, recebeu a Ordem do Mérito Cultural do Ministério da Cultura brasileiro.

Ele também ajudou na concepção de museus e espaços culturais, como o Museu da Língua Portuguesa e a Japan House, em São Paulo, o Museu da Natureza, na Serra da Capivara, no Piauí, e o Museu do Carnaval, em Barranquilla, na Colômbia.

A Bienal deste ano, a 12ª edição do evento, estava marcada para começar em 16 de abril, mas teve de ser transferida para a internet devido a pandemia de coronavírus.

O eixo temático determinado pela curadora-geral, a argentina Andrea Giunta, foram as mulheres de todos os gêneros, para além do binômio masculino-feminino, com destaque para artistas africanas e latinas.

Em 11 edições na capital gaúcha, o evento já registrou 6 milhões de visitas.

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