Nome em ascensão, Randolpho Lamonier ficou conhecido por obras que refletem sobre dramas brasileiros, da violência à falta de oportunidades. Seu uso da costura, técnica muitas vezes associada às mulheres e tarefas domésticas, subverte estereótipos pelas mãos de um criador queer, de perspectiva periférica.
Para a série do jornal de obras de arte em defesa da democracia, ele constrói um estandarte às avessas, usando o nome da célebre canção de Caetano Veloso, num momento em que a bandeira do país vem sendo apropriada por militantes como símbolo do atual governo.
"Faço bandeiras com o que tenho. Nunca estive tão estrangeiro. Rabisco poemas, pedidos de socorro, gritos de guerra, tudo muito urgente. O ar está contaminado, o chão coberto de destroços; lençóis, panelas, cordas, corpos, concreto, vassoura. Sob o entulho as sementes crescem cheias de pressa. Inconsequentes e corajosas, elas irão vingar", diz o artista plástico.
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