O mercado editorial aumentou em 115% seu faturamento com conteúdo digital de 2016 a 2019, mostra uma pesquisa da Nielsen feita em parceria com a Câmara Brasileira do Livro e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros, divulgada nesta terça-feira.
O número, que já desconta inflação, abarca as vendas de ebooks —que somam 99% do faturamento e 96% das unidades comercializadas—, audiolivros e outras plataformas de distribuição digital.
O total da receita para esse tipo de produto, ainda minoritário no mercado editorial, foi de R$ 103 milhões no ano passado, com venda de 4,7 milhões de unidades.
Mas é inegável que o nicho dos livros digitais vem crescendo com vigor. Nestes três anos, o acervo de obras nesse tipo de plataforma cresceu 37% e hoje conta com 71 mil títulos —foram lançados 8.900 no ano passado, 92% deles ebooks e 8% audiolivros.
Hoje, o conteúdo digital representa 4% do mercado editorial brasileiro, aponta a nova pesquisa. Nas editoras maiores, com receita acima de R$ 10 milhões, o livro digital já representa 7% do faturamento.
O estudo voltado a conteúdo digital vai passar a ser feito anualmente pela Nielsen, assim como a tradicional pesquisa Produção e Vendas do Setor Livreiro, que se refere a livros físicos.
O recorte ajuda a analisar um mercado de dimensão ainda pouco explorada e com várias especificidades —já que, por exemplo, os livros físicos obtêm parte significativa de sua receita por meio das vendas para o governo, que não compra obras digitais.
No ano passado, o mercado editorial aumentou seu faturamento com livros impressos em 6%, alcançando R$ 5,7 bilhões e desenhando uma trajetória de saída da crise que se tornou novamente incerta por causa do coronavírus e do fechamento das livrarias.
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