Claudio Tozzi construiu boa parte do movimento conhecido como nova figuração, a tal pop art brasileira.
Seus retratos de astronautas e celebridades, sempre em cores vibrantes, eram no entanto menos uma celebração da imagem, caso da vertente americana do estilo, e mais um questionamento do horror por trás de uma superfície reluzente —no Brasil do milagre econômico, havia os porões da ditadura.
Em série pela democracia, Tozzi revisita uma obra criada em reação ao AI-5, que sufocou o pensamento artístico no país.
"Existe agora um eixo repressor ampliado para os costumes, o meio ambiente, a pesquisa, da mesma forma que na época da ditadura havia uma repressão bem contundente, que atingia mesmo as ideologias, o pensamento. Qualquer atitude de vanguarda era reprimida. Criei um elemento mais simbólico que tivesse o mesmo significado dos protestos coletivos", afirma o artista.
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