O debate sobre a diversidade em Hollywood chegou nesta quinta-feira (24) ao Congresso americano, com uma audiência em que atores pediram que se vá além de sucessos ocasionais como "Pantera Negra" e denunciaram "a infecção pela cultura do cancelamento".
A audiência foi realizada em meio a um debate profundo sobre o racismo no país, depois que a morte de George Floyd provocou uma onda inédita de protestos.
"Houve uma mudança, claro que 'Pantera Negra', 'Hamilton' e 'Podres de Ricos' arrecadaram muito dinheiro", comentou a atriz Erika Alexander. "No entanto, para cada exceção extraordinária como essas, há centenas de filmes medíocres com elencos brancos que recebem o sinal verde", lamentou a atriz, enfatizando que a falta de diversidade leva a uma "pandemia de exclusão" na cultura.
O ator de origem coreana Daniel Dae Kim —conhecido por seus papéis na série "Lost" e em filmes como "Hellboy" e "Homem-Aranha 2", disse que a indústria dos veículos de massa é uma forma de "plantar pensamentos". "Da mesma forma que o cigarro é um sistema para injetar nicotina, nossos meios são um sistema para implantar valores", assinalou.
O deputado democrata Jerry Nadler, presidente do comitê judicial que organizou a sessão, destacou que, no ano passado os atores negros, latinos, asiáticos e indígenas obtiveram apenas 27% dos papéis de protagonista, embora representem cerca de 40% dos americanos. "A melhor forma de haver diversidade na frente das telas é haver diversidade por trás das câmeras."
O deputado republicano Jim Jordan rebateu e disse que a audiência no Congresso é uma prova de que "ninguém está a salvo da cultura do cancelamento".
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