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In-Edit exibe programação online e tem filme sobre a alma festeira de Ibiza

Festival de documentários musicais começa com produções nacionais e internacionais, lives e bate-papo com Julien Temple

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São Paulo

Em meio à situação ainda caótica da pandemia de coronavírus no Brasil, com atrações culturais proibidas de voltar a funcionar em vários locais, os festivais de cinema que haviam sido adiados ou programados para o segundo semestre de 2020 encontraram refúgio na internet. É o caso do In-Edit, que nesta quarta (9) chega à sua 12ª edição.

Dedicada a filmes sobre música, a mostra tem programação disponibilizada em plataformas de streaming, até o dia 20 de setembro, em todo o Brasil. Os ingressos para as sessões virtuais são gratuitos ou custam R$ 3, dependendo do filme. O valor arrecadado com as vendas será destinado a uma instituição que auxilia pessoas afetadas financeiramente pela pandemia.

Na programação estão 60 filmes nacionais e estrangeiros ainda inéditos no circuito comercial. Entre os brasileiros, os longas são centrados nas carreiras de artistas como Dorival Caymmi, Pitty, Arto Lindsay, Mestre Cupijó, Felipe Cordeiro, Walter Smetak, Amaro Freitas e Elton Medeiros e de bandas como Flicts e Autoramas.

Entre os estrangeiros, destaque para “White Riot”, sobre a campanha Rock Against Racism nos anos 1970, e “My Darling Vivian”, em que as filhas do primeiro casamento de Johnny Cash decidem contar a história por trás do filme “Johnny e June”.

Completam a programação a nova seção Mostra Portugal, dedicada a títulos portugueses, lives de Autoramas, Felipe Cordeiro, Flicts e Negro Leo, bate-papos com diretores e uma masterclass com o cineasta britânico Julien Temple, um dos principais nomes dos documentários sobre música.

Originalmente, Temple viria ao Brasil para estar fisicamente presente no In-Edit. Mas, diante da pandemia, a participação agora será online.

“Eu estou animado em participar, mas triste que não vou poder estar aí pessoalmente. Eu tenho muito carinho pelo Brasil, já estive aí várias vezes, mas gostaria de estar mais uma vez para comer a comida de vocês e ouvir seu lindo idioma”, diz Temple, em conversa por telefone.

O cineasta já levou seus filmes a diversos festivais, como Cannes, onde esteve com “Ária”, de 1987, e Sundance, com “Glastonbury” e “Joe Strummer: The Future Is Unwritten”, de 2006 e 2007, nesta ordem. Ganhou troféus no Brasil, na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo de 2000 e no próprio In-Edit, em 2015, quando recebeu o prêmio do júri.

Temple pode embolsar outro desses neste ano, já que, além da masterclass, ele também participa desta edição apresentando seu último longa, “Ibiza - The Silent Movie”, um documentário que volta ao passado de Ibiza, na Espanha, para mostrar como a ilha se tornou sinônimo de festa e vida noturna. Não há narração no longa –seus únicos sons são músicas.

“É um filme mudo sobre Ibiza, o que eu acho que pode surpreender a maioria das pessoas, porque quando se fala em Ibiza, pensamos no ‘boom, boom, boom’”, brinca Temple. “Então é um filme muito visual, de certa maneira, mas também guiado pela música. E conta a história de Ibiza, que é uma das ilhas mais fascinantes do planeta.”

A ideia por trás do filme, mostrar a história do local, pode até parecer fugir um pouco do cinema de música, mas o cineasta reitera que o gênero, na verdade, vai muito além das notas musicais.

“Esses filmes obviamente existem por causa da música, mas eles não são só sobre isso, eles falam do mundo que produz aquela música, das pessoas. A melhor maneira de ‘ver música’ é ao vivo, em shows, então o que é interessante nesses filmes é que eles permitem que as pessoas entendam como a música é criada e que elas reflitam sobre isso", afirma.

“Eu acho que o gênero se tornou, nos últimos anos, mais importante. O declínio dos clipes enquanto indústria permitiu que esse tipo de arte, que os filmes sobre música, emergisse”, diz ele, que já dirigiu vídeos para artistas como Neil Young, David Bowie e os Rolling Stones.

“Eu acho que você é mais independente fazendo filmes sobre música, porque você não está trabalhando para uma gravadora. Você está fazendo um longa sobre um ser humano em vez de tentar vender uma estrela do rock como um produto comercial. Então eu acho que esse tipo de produção pode ser mais fiel à realidade.

In-Edit

  • Quando Até 20 de setembro
  • Onde Confira a programação completa em br.in-edit.org
  • Preço Até R$ 3
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