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Saiba quais filmes o Oscar teria barrado em 2020 com novas regras por diversidade

Se parte do regulamento fosse aplicado na última premiação, longas como '1917' e 'O Irlandês' não levariam a indicação

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São Paulo | UOL

Na semana passada, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pelo Oscar, anunciou novos requisitos que as obras devem cumprir para garantir sua indicação ao maior prêmio da noite.

Em busca de mais diversidade e representatividade entre os indicados, a Academia elegeu quatro critérios, dos quais um filme deve cumprir ao menos dois para poder ser indicado à categoria de melhor filme.

Basicamente, em todas as esferas de produção de um filme —desde o elenco, a direção, a equipe técnica até os distribuidores e a equipe de marketing— deve haver profissionais femininas, não brancos, LGBTs ou portadores de algum tipo de deficiência.
As regras só serão aplicadas oficialmente a partir de 2024, mas já estão gerando burburinho nos bastidores de Hollywood. De acordo com uma reportagem do site da revista Variety, os votantes se sentiram divididos com as novas exigências –alguns foram otimistas e outros receosos sobre o futuro da indústria.
Mas e se essas regras já estivessem valendo nos últimos anos? A reportagem do UOL simulou um cenário em que essas regras já teriam sido aplicadas nas últimas cinco edições do Oscar. Será que a corrida se manteria igual?

Como é difícil mapear toda a equipe por trás de um filme, resolvemos examinar candidatos a partir dos critérios referentes ao elenco e à história.

Os filmes devem seguir pelo menos um desses critérios –ao menos um dos protagonistas ou coadjuvantes deve ser não branco; ao menos 30% do elenco secundário deve ser formado por mulheres, não brancos, LGBTs ou pessoas com deficiência e a narrativa do filme deve girar em torno de um grupo minoritário

Na última edição do prêmio, pelo menos três filmes acabariam perdendo a indicação de melhor filme –"1917", "O Irlandês" e "Ford vs. Ferrari".

O longa "1917" conta a história de dois soldados britânicos que enfrentam diversos perigos para entregar uma mensagem no meio da Primeira Guerra Mundial. Os dois protagonistas são brancos e, durante o filme inteiro, só uma mulher aparece em cena.

Vale lembrar, porém, que, de acordo com a Variety, "1917" conseguiria sim a indicação por ter diversidade entre a equipe de produção do longa. Mas, como estamos falando só do elenco e da história, ele ficaria de fora.

"O Irlandês" remonta a história de um assassino de aluguel envolvido com a máfia italiana nos Estados Unidos. O elenco principal, formado por nomes como Robert De Niro, Joe Pesci e Al Pacino, é quase que inteiramente composto de homens brancos. Ele também seria impedido de competir à principal categoria da premiação.

Contando a história do construtor Carroll Shelby, interpretado por Matt Damon, e do piloto e engenheiro Ken Miles, "Ford vs. Ferrari" acaba sendo justamente o que as novas regras tentam evitar –um filme centrado em homens brancos, com pouca diversidade no elenco principal e secundário. Ficaria fora da disputa.

Na edição realizada no ano passado, "Vice" acabaria fora da corrida de melhor filme. O longa, centrado na história do antigo vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, contava com um elenco majoritariamente branco, incluindo nomes como Christian Bale, indicado à categoria de melhor ator.

Na cerimônia de 2018, "Dunkirk", épico de Christopher Nolan sobre a Segunda Guerra Mundial, poderia acabar sem a indicação a melhor filme pelo elenco pouco diverso. "O Destino de uma Nação", que rendeu o Oscar de melhor ator para Gary Oldman no papel de Winston Churchill também acabaria barrado.

"Até o Último Homem", filme de Mel Gibson, indicado ao prêmio máximo do evento em 2017, seria mais um filme de guerra que sofreria as consequências das novas regras. O elenco predominantemente masculino e branco o deixaria fora da competição.

Lá na cerimônia de 2016, dois filmes indicados não passariam no crivo das novas regras: "A Grande Aposta", sobre a crise de 2008, com elenco formado por Christian Bale, Brad Pitt e vários outros homens brancos, e "Ponte dos Espiões", de Steven Spielberg.

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