Black Lives Matter inspira estudo sobre elo de palácios britânicos com escravidão

Investigação revela que um terço dos monumentos do Reino Unido tem vínculos com a violência contra negros

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Londres | AFP

O órgão encarregado de manter edifícios históricos, como a Torre de Londres ou o Palácio de Kensington, lançou uma investigação sobre os vínculos de seis palácios reais britânicos com a escravidão, de acordo com informações de um funcionário ao jornal Times nesta quarta-feira (27).

"Já era hora", disse Lucy Worsley, conservadora-chefe do Historic Royal Palaces e famosa por ter apresentado programas históricos de televisão. "Estamos atrasados. Não fizemos o suficiente."

Como resultado do movimento Black Lives Matter, protestos e investigações sobre as relações das instituições atuais, como universidades e bancos com o passado colonial, se multiplicaram no Reino Unido.

Pessoas veem estátua cair em rio
Estátua de Edward Colston derrubada no rio Avon, em Bristol, na Inglaterra, em 7 de junho de 2020 - Giulia Spadafora/NurPhoto/AFP

Uma investigação realizada em setembro pelo National Trust, órgão encarregado de preservar os principais monumentos históricos do Reino Unido, descobriu que um terço deles tinha vínculos com a escravidão.

Worsley garantiu que é vital dar uma imagem precisa do passado dos palácios reais, por mais desconfortável que seja, enfocando, por exemplo, a dinastia Stuart, que reinou entre os anos de 1603 e 1714.

"Tudo o que está relacionado à dinastia Stuart conterá um elemento de dinheiro derivado da escravidão", alertou.

Esses reis desempenharam um papel importante no comércio de escravos britânico. O rei Charles 2º autorizou a criação do que mais tarde se tornaria a Royal African Company, que manteve o monopólio total do comércio de escravos até 1698.

A empresa, que não parou de negociar pessoas até 1731, foi fundada por seu irmão James 2º, que mais tarde também ascendeu ao trono.

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