Fito Páez aproveita pandemia para escrever livro sobre suas primeiras vezes

Cantor e compositor argentino faz show ao vivo com transmissão pela internet neste domingo

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São Paulo

A quarentena e o distanciamento social impostos pela pandemia motivaram o cantor e compositor argentino Fito Páez a criar o roteiro de um novo filme e a escrever sua autobiografia.

O músico de 57 anos, que neste domingo faz um show ao vivo direto de Buenos Aires, acompanhado de banda, também aproveitou a pausa forçada para compor e para gravar um videoclipe caseiro da música "La Canción de las Bestias", que integra seu mais recente álbum, "La Conquista del Espacio", lançado em março.

O cantor e compositor argentino Fito Páez em ensaio fotográfico para o lançamento de seu novo trabalho "La Consquista del Espacio" - Sebastian Arpesella/Divulgação

Nos primeiros 30 dias da quarentena, conta Páez em entrevista por vídeo, ele se dedicou ao roteiro do filme que deve se chamar "A Paixão São as Mulheres", ainda sem previsão para ser gravado. Ele já dirigiu dois longas, "Vidas Privadas", com Gael García Bernal, e "De Quién Es el Portaligas", dos quais é o roteirista.

Depois, Páez decidiu seguir o conselho de um amigo e escrever sua autobiografia. Segundo o músico, no livro, ainda sem nome, ele faz um relato de sua vida desde o nascimento até os 30 anos a partir do relato de algumas de suas primeiras vezes. Entre elas, sua primeira vez com o sexo, na política, no contato com a violência e na música.

Alguns trechos são picantes e outros divertidos, diz ele. "Para mim foi divertido porque tive de fazer um trabalho meio jornalístico, falar com familiares, com amigos de infância, com ex-namoradas. Foi um furacão isso, como um 'maelström'", diz Páez em referência ao nome de uma das músicas de "La Conquista del Espacio".

"Maelström" é uma palavra nórdica para um redemoinho, um grande turbilhão de água, e foi usada no conto "Uma Descida ao Maelström", de Edgar Allan Poe. A canção de Páez que leva o título fala sobre as tormentas e as dores da vida que, depois que passam, trazem felicidade.

O álbum recebeu três indicações ao Grammy Latino 2020 –álbum do ano, melhor álbum pop ou rock e melhor canção pop ou rock, com "La Canción de las Bestias". ​

Um dos momentos da autobiografia que há de interessar o leitor brasileiro é o trecho em que Páez conta como conheceu o cantor e compositor Herbert Vianna, dos Paralamas do Sucesso. Os dois se encontraram no festival de música de São Bernardino, no Paraguai, em 1988.

"Era incrível como ele [Herbert] falava espanhol e como conhecia a obra de [Luis Alberto] Spinetta, Chary García, Luca Prodan e como conhecia as minhas músicas. Naquele momento, o encontro com Herbert foi muito fraterno e estimulante. Ele não é um ser humano, sabe. Ele é uma força da natureza", afirma.

Páez diz que a amizade com Herbert só confirmou o amor que tem pelo Brasil e pelos músicos brasileiros, que inspiram sua obra. O argentino já gravou com Milton Nascimento, Caetano Veloso, Paulinho Moska, entre outros.

"O Brasil é parte da minha vida. Temos tentado manter um vínculo real, além de qualquer conjuntura política ou social de momento. É uma relação passional", diz.

Questionado sobre quais músicos brasileiros levaria em sua nave para tocar em um show no espaço, Páez foi enfático. "Impossível [escolher]. Tenho que levar todos, inclusive os mortos", brincou.

Por enquanto, a nave de Páez levará apenas os músicos de sua banda para o show que fará domingo no Movistar Arena, em Buenos Aires. O show será transmitido online e, desta vez, será pago, ao contrário das lives caseiras que vinha fazendo sozinho de casa.

Show Fito Páez e banda

  • Quando Domingo (1º), às 21h
  • Onde Ingressos em fitopaezmusica.com
  • Preço US$ 14,99 até 31 de outubro; US$ 19,99 no dia 1º de novembro
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