O trabalho de Jonathas de Andrade se ancora no choque entre visões contrastantes do Brasil. Suas instalações, filmes e fotografias viram do avesso a ideia de utopia que orientou o nosso modernismo tropical para expor, nas brechas e na corrosão desse projeto, as feridas não cicatrizadas de um país violento e desigual.
No centro de sua obra, estão sempre questões de raça e classe, que deixam marcas em tudo, da arquitetura ao sexo. Neste trabalho inédito, ele reforça o indigesto dicionário que criou ao longo dos anos para definir que país é este.
"O PF é uma das imagens clássicas do Brasil. Ao olhar para a ameaça atual à democracia, pensei então num prato feito de direitos e poderes. Como nos nutrir de autonomia e liberdade diante do cenário de intimidação? Poder acessar, poder duvidar, poder revidar, poder poder. O Brasil tem hoje fome e sede de garantias", disse o artista.
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