A Biblioteca Nacional divulgou nesta sexta os vencedores de seu prêmio literário, um dos mais importantes do país.
O gaúcho Menalton Braff ganhou o prêmio Machado de Assis da categoria romance pelo livro "Além do Rio dos Sinos", publicado pela editora Reformatório.
Perseguido pelo governo militar por causa de sua militância de esquerda, o escritor se notabilizou ao vencer o prêmio Jabuti de livro do ano com a primeira obra publicada sob seu nome verdadeiro, "À Sombra do Cipreste", em 2000.
A cearense Jarid Arraes foi premiada na categoria de contos por seu "Redemoinho em Dia Quente", publicado pela Alfaguara, enquanto a escritora Maria Fernanda Elias Maglio ganhou pela poesia de "179. Resistência", da Patuá —ela já havia vencido o Jabuti na categoria de contos, há dois anos.
Adriana Falcão venceu entre os livros infantis, por "Lá Dentro Tem Coisa", da editora Salamandra, e o melhor juvenil foi "Um Lençol de Infinitos Fios", que Susana Ramos Ventura publicou pela Gaivota.
O melhor ensaio literário foi "Agudezas Seiscentistas e Outros Ensaios", publicado pela Edusp, e entre os ensaios sociais foi destacada "De Quem É o Comando?", uma obra de Eduardo Matos de Alencar sobre a governança de prisões, da editora Record.
A melhor tradução foi a de "As Flores do Mal", do francês Charles Baudelaire, feita por Júlio Castañon Guimarães para a Penguin. Cada um dos vencedores recebe um valor de R$ 30 mil.
A fase de inscrições ao prêmio deste ano foi marcada por reclamações de autores e editoras contra o que viram como organização confusa da Biblioteca Nacional, que é ligada ao governo federal, com muitos livros inviabilizados por contratempos burocráticos.
Depois que as inscrições rejeitadas entraram com recurso, o número de livros habilitados a concorrer saltou de 512 para 1.151, num universo de 1.376 obras inscritas.
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