O diretor Christopher Nolan, de blockbusters como "Tenet", criticou a decisão da Warner de lançar seus filmes ao mesmo tempo nos cinemas e no streaming no ano que vem, nos Estados Unidos.
A Warner, um dos maiores estúdios de cinema do mundo, surpreendeu Hollywood com a decisão, vista como um golpe contra os exibidores, que tentam se reerguer diante da pandemia de Covid-19.
Entre as produções que passarão no streaming e nas salas, estão "Duna", "O Esquadrão Suicida", "Godzilla vs. Kong", "Matrix 4", "Space Jam 2: Um Novo Legado", "Tom & Jerry", "Mortal Kombat" e "Elvis".
Em entrevista ao site Entertainment Tonight, Nolan afirmou que "há muita controvérsia em torno disso, porque não contaram para ninguém".
“Alguns dos maiores cineastas e estrelas de cinema de nossa indústria foram dormir pensando que estavam trabalhando para o maior estúdio de cinema e acordaram para descobrir que trabalhavam para o pior serviço de streaming”, disse o cineasta ao The Hollywood Reporter.
Ainda segundo a publicação americada, o diretor de "Duna", Denis Villeneuve, disse a um colega estar "chocado" com a decisão da Warner. O diretor de "Esquadrão Suicida", James Gunn, também teria ficado incomodado com o anúncio.
Sem precedentes, a ação ignora a janela de exibição cinematográfica que há tantos anos dita por quanto tempo um título deve ser exclusividade das salas de cinema. A decisão visa driblar o constante adiamento de estreias que vem ocorrendo por causa da pandemia de coronavírus, e já havia sido anunciada para "Mulher-Maravilha 1984", que nos Estados Unidos estreia em 25 de dezembro nesse mesmo formato.
A insatisfação pode reverberar nos tribunais. A Legendary Entertainment, que ajudou a financiar "Duna" e “Godzilla vs. Kong” estuda processar a Warner, segundo fontes ouvidas pela Variety. Segundo a revista, não há nada definido, mas é possível que o processo pode se materializar ainda nesta semana.
A medida seria uma exceção durante a pademia de Covid-19, mas depois de filmes como "Mulan" e "Soul", da Disney, pularem a exibição nos cinemas e irem direto para o Disney+, o setor de exibidores teme que ela aponte para uma nova lógica de mercado no setor. Também engrossa a tendência a estratégia da Universal, que encurtou a janela de exibição nos Estados Unidos.
Por enquanto, a decisão vale apenas para os americanos e a expectativa é que outros territórios sigam com sua programação normal de lançamentos nos cinemas, incluíndo o Brasil. A Warner Bros. Pictures do Brasil não comentou a medida.
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