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Morre Pierre Cardin, o estilista francês pioneiro do prêt-à-porter, aos 98 anos

Designer desbravou o continente asiático e criou os terninhos sem colarinho, popularizados pelos Beatles

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Três mulheres vestem vestido coloridos. Uma veste vermelho, a outra verde e a outra laranja. A mulher da esquerda aponta para homem ao fundo

Cena de "House of Cardin" (2019), de P. David Ebersole, Todd Hughes Divulgação

Jean-François Guyot
Paris | AFP

O estilista francês Pierre Cardin, um profissional visionário e pioneiro do prêt-à-porter, morreu na manhã desta terça-feira (29), aos 98 anos, anunciou sua família à agência de notícias AFP.

Cardin, um filho de imigrantes italianos que se transformou num empresário mundialmente conhecido, morreu nesta manhã no hospital americano de Neuilly, ao oeste de Paris.

"É um dia de grande tristeza para toda nossa família, Pierre Cardin não está mais aqui. O grande estilista que foi atravessou o século, deixando à França e ao mundo um legado artístico único na moda, mas não apenas", afirma a família em um comunicado.

Homem branco em mesa em frente a quadro
O estilista Pierre Cardin - Divulgação

Pierre Cardin abriu antes de muitos outros um "posto de venda" numa loja de departamentos e incluiu homens nos desfiles. Além disso, adotou um sistema de licenciamento em larga escala que assegurava a presença da marca em todo o mundo. A estampa de seu nome passou a ser vista em produtos variados, que incluíram gravatas, cigarros, perfumes ou água mineral.

"Sou o estilista mais velho", disse Cardin à AFP numa entrevista no ano passado, quando tinha 96 anos, na qual reconheceu que estava preparando sua sucessão e tinha três criadores de seu ateliê para continuar produzindo roupas futuristas.

Pierre Cardin começou a trabalhar como aprendiz de alfaiate e, aos 14 anos, já sabia confeccionar os próprios desenhos. Essa habilidade rara hoje no mundo da moda permitiu a ele traduzir suas ideias em peças reais.

A história de Cardin se confunde com a da moda. Formado na Maison Christian Dior, ele a abandonou em 1950 para fundar a própria empresa e, em 1953, apresentou sua primeira coleção.

"Na Dior, aprendi a elegância, evidentemente", afirmou.

Sempre um precursor, ele olhou muito cedo para a Ásia, onde tinha uma grande reputação. Viajou desde 1957 para o Japão, então em plena reconstrução no pós-Segunda Guerra Mundial, e organizou desfiles na China a partir de 1979.

Seu "museu pessoal", em Saint-Ouen, em Paris, tem 3.500 metros quadrados destinados à moda, 3.500 metros quadrados para os móveis e abriga quase 10 mil modelos que guardou desde o início da carreira.

Mulher branca veste roupa arredondada com aspecto futurista
Modelo veste roupa de coleção do estilista Pierre Cardin - Divulgação

"Italiano de nascimento, Pierre Cardin nunca esqueceu as origens, ao mesmo tempo que mostrava um amor incondicional pela França", escreveu a família.

"Consagração suprema, finalmente foi o primeiro estilista a entrar para a Academia de Belas Artes, fazendo que a moda fosse reconhecida como uma arte de pleno direito", completa a nota.

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