Descrição de chapéu Flip

Segunda mesa da Flip se volta para tradição da ciranda caiçara em Paraty

Músicos locais Fernando e Marcello Alcantara mantêm universo musical secular

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São Paulo

A segunda mesa da programação principal da Flip, na noite desta quinta (3), foi um momento em que a festa literária internacional se voltou para a festa da cultura local, levando para o centro das atenções a tradição da ciranda caiçara, um universo musical e celebratório secular.

Os convidados, Fernando e Marcello Alcantara, jovens músicos de Paraty, têm se dedicado a manter e difundir esse tesouro de tradições.

“A ciranda existe em várias regiões do Brasil, mas em Paraty adotou os traços caiçaras”, disse Fernando, mencionando um território específico da cultura litorânea que se estende da baía da Ilha Grande, no sul do estado do Rio de Janeiro, até Santa Catarina.

Mesas da Flip são virtuais este ano - Marlene Bergamo/Folhapress

Os dois são filhos de famílias tradicionais da cidade e tiveram contato com festejos e mestres cirandeiros desde a infância. A ciranda remonta aos primórdios da colonização e tem traços mouros, que chegaram por intermédio dos portugueses.

É um conjunto de variações musicais associadas a comemorações religiosas, como as folias de Reis, do Divino e de são Benedito, e a situações comunitárias, como os “juntórios”, como se chamavam os mutirões para colheita ou atividades ligadas à pesca.

A mesa foi gravada previamente e aconteceu em espaço público, à frente da igreja de Santa Cruz da Generosa. A dupla apresentou canções do repertório tradicional, falou sobre o trabalho que fazem voluntariamente em escolas e manifestou o desejo de organizar uma festa da ciranda caiçara de Paraty —o que seria mais factível com algum tipo de apoio público ou privado.

“A ciranda é um patrimônio tão importante quanto o casario colonial e as igrejas”, ressaltou Fernando. “E é por isso que Paraty é patrimônio mundial.”

O título da mesa, “Zé Kléber: Ciranda” faz menção ao antológico personagem de Paraty, poeta, ator, advogado de causas populares, boêmio e dono de bar, que morreu assassinado em sua casa em 1989.

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