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'Babenco', de Bárbara Paz, poderá concorrer em duas categorias no Oscar 2021

Longa está apto a disputar prêmio de melhor documentário e filme internacional, mas lista oficial sai só em março

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São Paulo

O filme "Babenco - Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou", de Bárbara Paz, está oficialmente na lista das obras elegíveis para concorrer ao Oscar em duas categorias —documentário e filme internacional.

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas divulgou, na tarde desta quinta (28), as listas com todas as obras que estão aptas a serem votadas pelos membros da Academia para que possam disputar a estatueta nas categorias de longa de animação, documentário e filme internacional.

As listas, porém, são bem extensas. São 238 habilitados na categoria documentário e 93 na de melhor documentário, que disputarão os votos dos membros da Academia para chegarem à lista final.

Concorrerão oficialmente ao prêmio só cinco filmes em cada uma das duas categorias. A lista final com os cinco indicados será anunciada no dia 15 de março.

"Babenco: Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou" foi o longa escolhido pela Academia Brasileira de Cinema, a ABC, para ser o candidato oficial do Brasil para tentar uma vaga entre os indicados ao próximo Oscar de melhor filme internacional.

Sem participação do governo federal, a escolha foi feita por uma comissão formada inteiramente por profissionais do setor. São eles o diretor de fotografia Lula Carvalho, os produtores Clelia Bessa, Leonardo Monteiro de Barros e Renata Magalhães, e os cineastas Viviane Ferreira, André Ristum e Toni Venturi.

Para o Oscar de 2020, o escolhido para representar o Brasil foi "A Vida Invisível", de Karim Aïnouz, que acabou não entrando na lista. A última vez que o país foi indicado entre os filmes estrangeiros foi com "Central do Brasil", de 1998. Antes disso, só "O Pagador de Promessas", "O Quatrilho" e "O que É Isso, Companheiro?" já haviam chegado perto da estatueta da categoria.

O longa de Bárbara Paz ganhou o prêmio da mostra Classici, dedicada a filmes que têm o cinema como temática, no Festival de Veneza de 2019.

Em "Babenco: Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou", atriz e última companheira de Hector Babenco, Bárbara Paz, documenta os últimos dias do diretor. É um relato afetivo e ao mesmo tempo implacável sobre um artista cuja existência se desmilingua diante de nós. Como diz Eduardo Coutinho, citando Lacan, “se existisse a imortalidade, como suportaríamos viver?”.

A obra intercala transcrições integrais das conversas que Babenco e Paz gravaram para o documentário, algumas das quais não chegaram à tela grande, com poemas do cineasta em português e espanhol.

Nas páginas, o casal volta e meia recorre a um jogo no qual encena o derradeiro fim de Babenco. “De que você quer morrer?”, questiona Paz. Sozinho, de um piripaque, uma sinapse cardíaca, num fim de semana tranquilo, responde o diretor. Almoçando um chá de carne da churrascaria Rodeio. Vestindo calça de capoeira. Reunido com os amigos, partilhando um grande banquete. ​

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