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Cicely Tyson, atriz vencedora do Oscar, do Emmy e do Tony, morre aos 96 anos

Conhecida por retratar mulheres fortes, ela abordou questões de raça e gênero ao longo de sua trajetória

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São Paulo | Reuters

Cicely Tyson, atriz americana que se especializou em retratar mulheres negras fortes, morreu aos 96 anos nesta quinta-feira (28).

A informação foi divulgada pelo empresário dela, Larry Thompson, em um comunicado. A causa da morte não foi informada.

Tyson foi indicada ao Oscar por "Lágrimas de Esperança", de 1972, em que fez uma elogiada interpretação da mulher de um homem condenado à prisão por um crime pouco significativo.

No entanto, só levou a estatueta para casa em 2018, quando foi premiada com um Oscar honorário. Foi a primeira atriz negra a receber a homenagem.

Ela ganhou dois prêmios Emmy pelo filme "The Autobiography of Miss Jane Pittman", um de melhor atriz em minissérie ou filme e outro de atriz do ano. O filme de 1974 narra a vida de uma mulher desde a escravidão até os anos 1960.

A atriz americana Cicely Tyson fala durante o 47º American Film Institute (AFI) no Dolby Theater em Hollywood, no dia 6 de junho de 2019 - AFP

Vinte anos depois, ganhou outro Emmy por "Oldest Living Confederate Widow Tells All".

Ao longo da carreira, recebeu outras nove indicações ao Emmy, entre elas pelas interpretações de Binta, a mãe da escrava Kunta Kinte na inovadora minissérie de 1977 "Roots", a mulher do reverendo Martin Luther King Jr., Coretta, em "King" e a educadora inspiradora em " A História de Marva Collins".

Em 2011, fez parte do aclamado filme "The Help" e em 2013, aos 88 anos, ganhou um Tony por uma remontagem da Broadway de "The Trip to Bountiful", a história de uma mulher que volta para a sua pequena cidade natal.

Em 2015, estrelou com James Earl Jones em um revival da Broadway da peça "The Gin Game". O New York Times disse que Tyson e Jones provaram "que um grande talento não tem idade".

Em fevereiro de 2019, aos 94 anos, a atriz posou para a capa da revista Time e um entrevistador perguntou se ela pensava em se aposentar. "E fazer o que?" foi a resposta.

Tyson dizia tratar de questões importantes para ela, como raça e gênero, por meio de sua carreira. Ela afirmou em entrevista à CBS que enxergava a hierarquia de Hollywood como uma escada com homens brancos no topo, seguidos por mulheres brancas e homens negros. As mulheres negras estavam por baixo.

Nascida em Nova York, ela cresceu no bairro do Harlem e foi secretária e modelo antes de começar a atuar. Foi uma das primeiras atrizes negras a aparecer regularmente na televisão dos Estados Unidos, interpretando a secretária de George C. Scott na série "East Side, West Side".

Tyson foi casada com a lenda do jazz Miles Davis de 1981 a 1988 e Davis, que morreu em 1991, a pôs na capa de seu álbum "Sorcerer".

O casamento deles foi difícil, perturbado por relatos de suposta traição, violência doméstica e abuso de drogas. Mas em uma entrevista de 2015 para a CBS, ela disse "eu realmente não falo sobre isso, mas direi o seguinte 'valorizo ​​cada momento que tive com ele'".

Seu empresário contou que ela pensava em suas memórias como uma árvore de Natal decorada com todos os enfeites de sua vida pessoal e profissional. "Hoje ela colocou o último enfeite, uma estrela, no topo da árvore ”, afirmou.

A atriz Viola Davis, que atuou com Tyson na série "How to Get Away with Murder", de 2015 a 2020, disse ter ficado desolada com a notícia da morte. "Você era tudo para mim!", escreveu no Instagram. "Você me fez sentir amada, vista e valorizada em um mundo onde ainda existe uma capa de invisibilidade para nós, meninas do chocolate escuro."

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