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Televisão Maratona

Série 'Vida Após a Morte' agrada de céticos a amantes do sobrenatural

Produção perde o ritmo bem no final, com direito a algumas passagens constrangedoras

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Vida Após a Morte

  • Onde Disponível na Netflix
  • Classificação 18 anos
  • Produção Estados Unidos, 2021
  • Direção Ricki Stern e Jesse Sweet


Se você é do tipo que vasculha a internet atrás de histórias paranormais, frequenta grupos sobre fantasmas ou extraterrestres e adora um filme de terror, parabéns, você é o público-alvo da nova série da Netflix, “Vida Após a Morte”.

E, se você passa longe de todos esses temas, e tem calafrios só de pensar em abandonar o ceticismo, parabéns de novo, porque você também é a audiência perfeita da série.

Baseada em livro homônimo da jornalista americana Leslie Kean —“Surviving Death”, no título original—, a série de seis capítulos que a plataforma lançou recentemente aborda o mundo dos mortos em todas as suas possibilidades. Nunca desvia, porém, do seu fio condutor —o que de fato acontece quando o corpo para de funcionar?

E de cara esta crítica já entrega o seu maior spoiler, que é revelar que não, a série não dá respostas concretas. Só que isso não significa que o espectador vá sair dessa experiência com as mesmas crenças com que entrou —a depender da sua disposição, pode ser que sua visão a respeito do pós-morte se modifique.

Talvez por essa vontade de contemplar quem acredita e quem rechaça o tema, a direção de “Vida Após a Morte” —assinada por Ricki Stern e Jesse Sweet— tenha optado por trazer já no episódio de estreia os casos de pacientes que foram declarados mortos por um breve período.

Após um acidente de caiaque, por exemplo, uma mulher sofre inúmeros ferimentos e supostamente morre.

Algo parecido acontece com uma mãe que, durante o parto, também morre por quase um minuto —neste caso, o impressionante é descobrir que ela previu o que aconteceria ao longo de toda a gestação e foi desacreditada pelo marido e pelos médicos.

No entanto, essa opção de falar da passagem logo de cara é arriscada, porque não só foge do sobrenatural como também dá à série documental um clima muito mais médico do que curioso. E, embora boa parte do público deva estar buscando evidências (especialmente os céticos), as provas que eles querem têm mais a ver com ectoplasma do que com centros cirúrgicos.

Àqueles que, com o perdão do trocadilho, sobrevivem a essa primeira prova, veem a recompensa de cinco episódios com os pés totalmente fincados no outro mundo. Dois deles —os melhores— retratam e investigam o trabalho de médiuns, pessoas que se dizem capazes de estabelecer comunicação com espíritos.

A série perde o ritmo bem no final, ao tratar de reencarnação. Embora traga histórias interessantes, de meninos que têm a plena lembrança do que teriam sido suas vidas passadas, a condução do roteiro enfraquece o grande trunfo da presença desses personagens.

O encontro forçado —e devidamente filmado— entre um dos garotos e a família do ator que ele alega ter sido no passado é uma das passagens mais constrangedoras da produção. Exposto, e tentando se justificar diante de uma parente cética, o adolescente pede desculpas por não se lembrar de determinados detalhes da outra vida. Desnecessário para todos os envolvidos.

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