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Leonardo DiCaprio produz 'Os Eleitos', nova série que mergulha na corrida espacial

Inspirada em livro de Tom Wolfe, produção do Disney+ se passa durante a Guerra Fria

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São Paulo

O que levou os astronautas e cosmonautas das décadas de 1950 e 1960 a aceitarem fazer parte de programas caríssimos, pioneiros, incertos e perigosos como os que Estados Unidos e União Soviética lançaram durante a corrida espacial? A entrarem em veículos inovadores sabendo que eram grandes as chances de nunca mais verem suas famílias? Foi a partir desse questionamento que Tom Wolfe escreveu, em 1979, o livro “Os Eleitos”.

Nele, o autor americano documenta os primeiros passos da batalha pela conquista do espaço e destrincha as histórias dos Mercury Seven, sete pilotos selecionados pela Nasa para inaugurar sua exploração do além-Terra. O livro virou o filme “Os Eleitos: Onde o Futuro Começa”, em 1983, sob direção de Philip Kaufman, e agora quer ser apresentado a uma nova geração com a série “Os Eleitos”, com produção de Leonardo DiCaprio, que chega ao Disney+.

Na trama, além do conflito entre Estados Unidos e União Soviética, percebemos um outro, em menor escala, mas tão importante quanto para a história. Genuinamente preocupados em serem os primeiros em algo, os astronautas da série protagonizam brigas de ego constantes. Eram tempos de pioneirismo, afinal.

Mas existe ali um desejo latente de mostrar que a união faz a força. “Os Eleitos” martela na cabeça do espectador que personalidades distintas, quando trabalham em equipe, são capazes de alcançar feitos tremendos. É isso que Jennifer Davisson, uma das produtoras da série, repete incansavelmente em conversa por telefone.

“Nós quisemos adaptar o livro porque aquele foi um momento inspirador, emocionante da história, em que vários tipos de pessoas se uniram, sem importar quais eram suas crenças políticas, para permitir que o impossível acontecesse. E nós pensamos que precisávamos disso neste momento”, diz ela, ignorando um pouco o contexto de guerra entre capitalismo e comunismo que angustiava todo o planeta na época.

Davisson é presidente da Appian Way Productions, produtora criada por DiCaprio no início dos anos 2000 com um catálogo enxuto e eclético, que inclui desde sucessos protagonizados pelo próprio ator, como “O Lobo de Wall Street”, até filmes mais de nicho, como “A Órfã”. Foi nos últimos anos que o selo começou a ganhar um perfil mais coeso, dedicando boa parte de sua energia a documentários que refletem as visões ambientalistas de seu fundador.

“Os Eleitos”, conta Davisson, parecia um projeto alinhado com o ativismo de DiCaprio, por ter um forte apego à ciência e um tom um tanto didático. “Isso faz parte de quem ele é e de tudo o que ele faz”, afirma a produtora.

“Claro que o meio ambiente é importante, mas existem outras várias causas sociais e educacionais que fazem parte da carreira dele. E ele é um produtor maravilhoso, principalmente por causa da experiência que tem como ator.”

Para “Os Eleitos”, os produtores se encontraram com Tom Wolfe, o escritor, antes de sua morte, em 2018. Receberam dele a bênção para uma nova adaptação, sob a justificativa de que, mesmo com mais de três horas de duração, o filme de 1983 precisou limitar certas partes do livro original por questões de tempo.

Agora, como série, Davisson diz que foi mais fácil para se aprofundar nas histórias individuais dos sete pilotos em cena e dedicar uma boa parte da trama a suas famílias e vidas pessoais, extrapolando a narrativa da corrida espacial. A intenção, conta, nunca foi fazer um documentário, gênero no qual a Appian Way vem apostando, mas, mesmo que de forma ficcionalizada, ajudar a apresentar a biografia de astronautas como John Glenn e Alan Shepard.

São figuras sobre as quais precisamos falar, principalmente em tempos de polarização em tantos lugares, afirma Davisson, voltando a seu mantra pela união. Dessa vez, ela dá ênfase ao contexto da Guerra Fria, mas diz que proezas como a ida ao espaço só foram possíveis porque, mesmo num cenário de temor intenso, a busca pelo conhecimento prevaleceu.

“A Guerra Fria pode ser um conceito datado para uma série ficcional dos dias de hoje, mas eu acho que o medo que ela evocava ainda dialoga muito com o mundo em que vivemos."

Os Eleitos

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