Nesta sexta-feira (12), a cerimônia do César, conhecido como o Oscar francês, consagrou a comédia "Adieu les Cons", de Albert Dupontel, com sete prêmios, incluindo de melhor filme e melhor realizador.
Indicado a melhor longa internacional, "A Virgem de Agosto", do espanhol Jonás Trueba, perdeu para "Druk - Mais Uma Rodada", do dinamarquês Thomas Vinterberg, que integra a lista dos pré-indicados ao Oscar. Já representante francês no Oscar, "Nós Duas" levou o César de melhor primeiro filme.
O filme de animação "Josep", que resgata do esquecimento da figura do cartunista espanhol e militante anti-franquista Josep Bartolí, venceu o César na sua categoria.
Dirigido pelo cartunista francês Aurel, "Josep" é um dos filmes de revelação do ano e levou prêmios em festivais internacionais, como de melhor filme de animação europeu no European Film Awards, além de ostentar o selo do Festival de Cannes 2020.
O César de melhor adaptação foi para "A Garota da Pulseira", inspirado no filme argentino "Acusada", de Gonzalo Tobal. Laure Calamy, de "Minhas Férias com Patrick", ganhou o prêmio de melhor atriz superando Martine Chevallier e Barbara Sukowa, ambas de "Nós Duas". Sami Bouajila, de "A Son", venceu como melhor ator.
A premiação também reuniu apelos pela reabertura de cinemas e reativação da cultura, sufocada pela pandemia.
Devido à pandemia, a cerimônia foi restrita e reuniu apenas indicados e apresentadores no Teatro Olympia de Paris. Mesmo com o público reduzido, o evento contrastou com as recentes cerimônias do Globo de Ouro e dos Prémios Goya do cinema espanhol, que apostaram na entrega de prêmios por videoconferência.
O setor vem anunciando que está à beira do abismo, com centenas de filmes que não podem ser lançados. “Por que festejar o César perante este fechamento prolongado?", perguntou a atriz Marina Foïs, criticando o fato de as salas não poderem abrir enquanto as lojas retomavam suas atividades na França.
“Devemos abrir os cinemas o mais rápido possível”, gritou a atriz Isabelle Huppert, que apresentou um dos prêmios.
Em protesto, a atriz Corinne Masiero se despiu no palco e, na sua pele, estava escrito: "Sem cultura, sem futuro".
A Ministra da Cultura, Roselyne Bachelot, que participou da cerimônia, queria enviar "uma mensagem de esperança". “Estamos preparando com o setor as condições para a reabertura dos cinemas”, disse.
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