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Saiba a que filmes do Oscar 2021 assistir e o que evitar, segundo críticos da Folha

Na reta final para a cerimônia neste domingo, confira que produções são imperdíveis e quais não valem o seu tempo

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São Paulo

Como tudo na pandemia, também esta edição do Oscar, marcada para a noite do domingo, será bastante incomum.

Oscar 2021 anuncia os vencedores em cerimônia à noite; acompanhe ao vivo.

A cerimônia será transmitida de várias cidades, consequência das restrições de viagens enfrentadas pelos indicados, que são de diferentes cantos do globo. As apresentações musicais que costumavam pontuar o evento virão antes da premiação principal e foram gravadas previamente.

E, enquanto alguns dos títulos ainda nem estrearam no Brasil —caso do favorito "Nomadland"—, a maioria deles pôde ser vista não na telona, mas na TV de casa, por meio dos serviços de streaming.

Para ajudar o leitor a separar o joio do trigo nesta reta final antes da cerimônia, separamos os indicados mais bem cotados pelos críticos da Folha. Abaixo, estão apenas os filmes que ganharam quatro ou cinco estrelas, isto é, as classificações muito bom e ótimo, nesta ordem.

'Mank': Ótimo

Indicado ao Oscar de melhor filme, melhor figurino, melhor trilha sonora, melhor som, melhor ator para Gary Oldman, melhor fotografia, melhor direção, melhor design de produção, melhor atriz coadjuvante para Amanda Seyfried e melhor cabelo e maquiagem. Na Netflix

“Mank” foi divulgado como um filme sobre os bastidores da criação do primeiro longa de Orson Welles, o lendário "Cidadão Kane".

O filme poderia ser mesmo só isso se estivesse nas mãos de um realizador qualquer. Mas David Fincher, diretor deste filme e de outros, como "Clube da Luta", não é como outros.

Assim, os elementos biográficos estão presentes, mas o roteiro expande o enredo a fim de produzir um retrato da Hollywood dos anos 1940.

Leia a crítica completa do crítico de cinema Cássio Starling Carlos aqui.

'Nomadland': Muito bom

Indicado ao Oscar de melhor filme, melhor atriz principal para Frances McDormand, melhor direção para Chloé Zhao, melhor roteiro adaptado, melhor edição e melhor direção de fotografia. Estreia em 29 de abril

O favorito ao Oscar de melhor filme foge de duas maldições. É tão bom quanto ou melhor que o livro que deu origem a ele, de uma jornalista. E, ao decidir escalar não atores para interagir com a atriz principal, no caso os mesmos personagens reais da obra literária, arranca deles interpretações vigorosas.

O filme poderia ser triste, melancólico ou violento. Não é nada disso, só pungente, de uma beleza ímpar ao lançar luz sobre esse grupo de pessoas.

Leia a crítica completa da jornalista Teté Ribeiro aqui.

'Os 7 de Chicago': Muito bom

Indicado ao Oscar de melhor filme, melhor ator coadjuvante para Sacha Baron Cohen, melhor roteiro original, melhor montagem, melhor fotografia e melhor canção original por “Hear My Voice”. Na Netflix

A produção com roteiro e direção de Aaron Sorkin que reencena o julgamento dos chamados sete de Chicago, líderes de uma manifestação que acabou em tumulto na cidade em 1968, tem muitas licenças poéticas. Mas isso não compromete o longa, que é, na essência, um eficiente drama de tribunal.

Com seus diálogos certeiros, Sorkin, um progressista convicto, consegue transmitir no filme sua visão da política americana atual, ao opor o juiz conservador e inflexível a um grupo de jovens de esquerda, revolucionários.

Leia a crítica completa da jornalista Patrícia Campos Mello aqui.

'Judas e o Messias Negro': Muito bom

Indicado ao Oscar de melhor filme, melhor ator coadjuvante para Daniel Kaluuya e Lakeith Stanfield, melhor roteiro original, melhor fotografia e melhor canção original por “Fight for You”. Nos cinemas

O longa sobre o ativista negro Fred Hampton, líder dos Panteras Negras espionado pelo FBI, "não converte ninguém" a despeito das muitas questões morais que apresenta. Mesmo assim, ensina uma lição –"a revolução não se faz no sofá de casa ou com notas de repúdio no Twitter".

Leia a crítica completa do colunista da Folha Jairo Malta aqui.

'Relatos do Mundo': Ótimo

Indicado ao Oscar de melhor trilha sonora, melhor som, melhor fotografia, melhor design de produção. Na Netflix

O que faz essa empreitada do diretor Paul Greengrass interessante é que seu Oeste não se parece em nada com o faroeste americano. Em vez disso, é quase uma mistura do gênero com o terror, "pois é como se os demônios da formação americana saltassem da tela", entre rancores da guerra civil, o extermínio indígena e os fantasmas da miséria do sul.

Leia a crítica completa do crítico de cinema Inácio Araujo aqui.

'Soul': Ótimo

Indicado ao Oscar de melhor trilha sonora, melhor animação e melhor som. No Disney+

A nova produção dos estúdios Pixar até deve entreter os pequenos, mas é tudo menos infantil. O filme, que tem o primeiro protagonista negro do estúdio, conta a história de Joe, um professor de música que sonha em ser uma estrela do jazz. Quando ele morre, assume uma forma etérea e vai parar num lugar repleto de criaturas parecidas. Mas quer voltar à vida e, na tentativa, acaba se envolvendo com uma alma que não quer nascer.

Pondo lado a lado um personagem que deseja voltar à vida e outro que não quer começar a viver, o roteiro é um prato cheio para discussões filosóficas e existenciais. E isso se desenrola embalado por muito jazz.

Leia a crítica completa do jornalista Thales de Menezes aqui.

'Borat: Fita de Cinema Seguinte': Muito bom

Indicado ao Oscar de melhor atriz coadjuvante para Maria Bakalova e melhor roteiro adaptado. No Amazon Prime

A tática do primeiro "Borat" era elevar o machismo, o racismo e a islamofobia a graus que beiram o insuportável, escancarando como essas intolerâncias estão presentes nos seus interlocutores e no público.

Nesta sequência, o personagem de Sacha Baron Cohen continua ofensivo. Mas agora se choca com um cenário político radicalmente diferente. Afinal, perto de Trump, Borat é quase um gentleman.

Leia a crítica completa do jornalista Walter Porto aqui.

'O Tigre Branco​': Muito bom

Indicado ao Oscar de melhor roteiro adaptado. Na Netflix

São duas as maiores originalidades dessa produção da Netflix, adaptação de um premiado romance do indiano Aravind Adiga sobre a trajetória audaciosa e nada honrada de um jovem para subir à classe privilegiada. A primeira, ela ser contada com humor que, embora não seja propriamente cínico, revela o tipo de cinismo que reveste a ideia de valor nas sociedades contemporâneas —a brasileira em especial. A segunda, e mais importante, a percepção de que hoje, o único valor real é o dinheiro.

Leia a crítica completa do crítico de cinema Inácio Araujo aqui.

'Quo Vadis, Aida?': Muito bom

Indicado ao Oscar de filme internacional. Compra e aluguel no Now, Vivo Play, Sky Play, iTunes, Apple TV, Google Play e YouTube

O longa bósnio consegue ir além do filão de filmes sobre o sofrimento e a aniquilação de civis em guerras ao conduzir o drama do ponto de vista de Aida, uma professora que trabalha como intérprete e intermedeia as comunicações entre os militares holandeses da ONU e a população local.

Ela não é, portanto, só uma vítima. É protagonista, tem voz, faz escolhas, interfere e não tem nada de passiva, em contraste com a maioria dos personagens, que, acuados, obedecem ou seguem ordens.

Leia a crítica completa do crítico de cinema Cássio Starling Carlos aqui.

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