Conheça os maiores sambas da carreira de Nelson Sargento, morto aos 96 anos

Carioca, que morreu nesta quinta, também teve carreira marcada pelas artes plásticas e literatura

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São Paulo

O sambista carioca Nelson Sargento morreu nesta quinta (27), aos 96 anos. Ele estava internado numa unidade carioca do Inca, o Instituto Nacional do Câncer, na sexta-feira passada, com um quadro de "desidratação, anorexia e significativa queda do estado geral", além de ter apresentado um teste positivo para Covid-19.

O sambista tinha recebido duas doses da vacina contra o coronavírus —a primeira, em 31 de janeiro, e a segunda, em 26 de fevereiro.

Segundo a assessoria de imprensa do Inca, não é possível afirmar que a causa de sua morte foi a doença.

O artista é um dos maiores nomes do samba e da história da Mangueira, do Rio de Janeiro. Ele também imortalizou luta antirracista do Vasco em música.

Confira abaixo algumas das principais composições do músico, entre sambas-enredos e verdadeiros hinos do samba, além de outras obras do artista.

'Apologia ao Mestre' e 'Plano Salte'

Aos 25 anos, em 1949, Nelson Sargento compôs o samba-enredo “Apologia ao Mestre” para a Mangueira, e, no ano seguinte, criou “Plano Salte - Saúde, Lavoura, Transporte e Educação”. Ambas marcaram o início de sua carreira como compositor.

'Cântico à Natureza'

Lançado em 1955 por Nelson Sargento, Alfredo Lourenço e Jamelão, “Cântico à Natureza” é considerado um dos maiores sambas-enredo da história e, sobretudo, da Mangueira.

A letra traça um paralelo entre as estações do ano e o tradicional desfile brasileiro das escolas de samba.

Paulinho da Viola e Chico César são alguns dos artistas que já gravaram a canção.

​​'Agoniza Mas Não Morre'

Em 1979, lançou seu primeiro disco solo, "Sonho de um Sambista", que inclui os sucessos “Agoniza Mas Não Morre”, que retrata temas como a repressão e o preconceito sofridos pelos sambistas do país. A canção também ficou conhecida na voz de Beth Carvalho.

'Falso Amor Sincero'

“O nosso amor é tão bonito/ Ela finge que me ama/ E eu finjo que acredito.” Esses versos, que são quase como um hino do samba, fazem parte de "Falso Amor Sincero", lançada por Nelson Sargento, em 1979.

​'O Samba da Mais Alta Patente'

Lançado em 2012, o álbum "O Samba da Mais Alta Patente" foi classificado como melhor disco de samba da temporada pelo Prêmio da Música Brasileira.

'Espaço Favela'

Além de sambista, Nelson Sargento era também artista plástico e escritor. O Rock in Rio de 2019 o homenageou na instalação "Espaço Favela", organizada pelo curador Zé Ricardo. Ali foram expostos 14 quadros de Nelson Sargento que retratam motivos carnavalescos e barracos da Mangueira, o morro onde ele foi morar aos dez anos de idade.

'Prisioneiros do Mundo'

Em 2012, o músico lançou o livro "Prisioneiros do Mundo", pela editora Oficina Raquel. O livro traz algumas de suas poesias, além de reflexões existenciais sobre o universo e o homem.

Erramos: o texto foi alterado

Nelson Sargento não foi internado no Inca por complicações causadas por um câncer de próstata. O texto foi corrigido.

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