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Cinema

'Mortal Kombat' é um filme bom, mas se limita a agradar os fãs do game

Diretor não foge do encadeamento de lutas, essência da trama, mas sabe encher o longa de cenas inteligentes

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Mortal Kombat

  • Quando Estreia na quinta (20)
  • Onde Nos cinemas
  • Elenco Lewis Tan, Jessica McNamee, Joe Taslim e Josh Lawson
  • Produção EUA, 2021
  • Direção Simon McQuoid

Em 2022, o game “Mortal Kombat” comemora 30 anos de seu lançamento. É um título que ajudou a definir a excelência dos jogos de luta, ajudado por “Street Fighter” e “Tekken”. E o game continua em evolução. Sua mais recente versão, “Mortal Kombat 11”, de 2019, foi um tremendo sucesso, a ponto de incentivar a produção do bom longa de ação que chega agora aos cinemas.

O jogo põe frente a frente dois grupos de lutadores dotados de superpoderes, um deles representando a Terra —os “mocinhos”— e o outro com habitantes de um mundo paralelo, a Exo-Terra —os “vilões”.

Nessa estrutura, o número de personagens é grande. Isso era importante para o gamer ter muitas opções ao escolher com qual deles jogaria, e é também similar à configuração de sucessos de HQ e cinema como "Vingadores" e "Liga da Justiça".

Esse potencial de bilheteria era tão facilmente percebido que “Mortal Kombat” ganhou uma versão de cinema pouco depois do lançamento do game, em 1995. O resultado, porém, é sofrível. Dirigido por Paul W. S. Anderson, tem só um fiapo de roteiro e cai na armadilha de repetir seguidamente os confrontos de luta, como se fossem fases do game reproduzidas na tela grande.

Anderson seria muito mais feliz no trabalho posterior adaptando um game, na franquia milionária de “Resident Evil”, estrelado por sua mulher, Milla Jovovich.

Quem dirige a nova versão é o estreante em longas Simon McQuoid, protegido de James Wan, cineasta e produtor que hoje é um dos reis de filmes de terror e ação no cinema americano, como “A Invocação do Mal”.

McQuoid não consegue fugir totalmente do encadeamento de lutas, essência da trama, mas sabe encher o filme de cenas divertidas e inteligentes entre a pancadaria sangrenta.

O enredo gira em torno de Cole Young, lutador de MMA interpretado por Lewis Tan, rosto desconhecido como todos os outros em cena. Cole não sabe, mas é descendente de um lendário samurai, Hanzo Hasashi, mandado para o inferno há séculos por Bi-Han. Agora, com o nome de Sub-Zero, pelo seu poder de congelar tudo o que toca, Bi-Han está na Exo-Terra, servindo ao poderoso Shang Tsung.

Sub-Zero e outros guerreiros do mal aparecem na Terra para eliminar homens e mulheres destinados a participar do próximo embate contra a Exo-Terra. Cole tem uma marca de nascença, com o formato do logo do game “Mortal Kombat” —claro!—, que indica ser um dos escolhidos para a batalha.

Sem entender muito o que está acontecendo, ele se reúne a uma soldada bonitona, Sonya Blade, e a um mercenário russo, Kano, este com a mesma marca na pele. Fugindo de Sub-Zero, eles são acolhidos no templo de Raiden, o mago que lidera os adversários terrenos de Shang Tsung.

A equipe fica formada com Liu Kang, que solta fogo pelas mãos, e Kung Lao, exímio no uso de um chapéu com aba cortante, arremessado como arma mortal. A eles se junta o major Jax Briggs, comandante de Sonya Blade. Os dois militares serão transformados também em lutadores, apesar de não terem as marcas na pele.

Cole e Young precisam treinar exaustivamente para despertar o Arcana que cada um tem em sua alma. Com esse nome é designado um superpoder especial e único, mas essa habilidade não se manifesta facilmente. Antes de Cole estar preparado, os combates começam, e o filme entra numa extensa parte final em ritmo alucinante.

A edição é realmente o ponto alto, fazendo fluir cenas visualmente impactantes. Como era esperado, tudo termina com indicações de uma continuação, incluindo um breve spoiler que mostra pelo menos um personagem muito adorado do game que ficou ausente nesse primeiro longa.

Movimentado e com boas sacadas, “Mortal Kombat” é indicado apenas para as gerações que jogam o game homônimo há 29 anos. Pessoas fora desse perfil não devem curtir tanto um elenco com uma vampira, um gigante de quatro braços e uma mulher alada, entre outras aberrações lutadoras.

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