Governo de MG, do Novo, lança festival em resposta a guerra cultural de Bolsonaro

Iniciativa terá perfil menos combativo que SP Sem Censura e contemplará projetos da Lei Aldir Blanc

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Belo Horizonte

O governo de Minas Gerais anunciou que irá lançar um festival online de cultura composto por trabalhos de artistas contemplados pela Lei Aldir Blanc no estado —será o Festival Cultura da Paz.

Segundo o secretário de Cultura e Turismo de Minas, Leônidas Oliveira, trata-se de uma resposta à forma como o governo Bolsonaro e a gestão Mario Frias lida com o setor cultural.

A gestão Romeu Zema, do Partido Novo, lança um chamamento público para profissionais da cultura mineiros na manhã desta quarta (30).

“Nós entendemos que não é o momento de pensarmos —e nunca foi— em guerra cultural e sim em união das várias culturas que existem no país”, diz Oliveira. “É oposição a qualquer tipo de guerra e discriminação e um grito pelo respeito às culturas —no plural.”

O modelo é baseado em iniciativas culturais feitas em Bogotá, na Colômbia, mas o secretário não recusa possíveis comparações com o festival São Paulo Sem Censura, lançado na gestão Bruno Covas, morto no mês passado.

Mas diferente dos paulistas tucanos, o festival dos mineiros do Novo não pretende exibir espetáculos e obras ligados a projetos barrados pelo governo Bolsonaro e nem ter explicitamente em sua comunicação um posicionamento explicitamente anti-Bolsonaro.

“A cultura da paz no seu conceito originário não concebe discriminação nem dos extremos”, diz o secretário. “Todos os projetos que se inscreverem, sejam eles quais forem, irão para o festival”, diz Oliveira, lembrando que o evento se restringirá a trabalho que receberam recursos via Lei Aldir Blanc.

O festival, totalmente online, também terá um papel de divulgação da gestão do governo Romeu Zema no setor cultural e de aproximá-lo do conceito de diversidade na cultura. “É mostrar que não houve discriminação nos editais”, diz o secretário, que afirma que a Lei Aldir Blanc no estado contemplou mestres de capoeira, pais de santo, cultura gospel e cultura LGBTQIA+. Não serão distribuídos mais recursos aos artistas no âmbito do festival.

A Lei Aldir Blanc foi criada para socorrer o setor cultural, que foi afetado pela pandemia do coronavírus, com renda emergencial a profissionais da área, subsídios a centros culturais e recursos para editais públicos. A lei destinou R$ 3 bilhões a serem direcionados, pelos estados e municípios, aos trabalhadores do setor cultural.

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