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Tina Turner notifica A Vida de Tina para que não use marca Tina no ramo musical

Após pedido de registro da marca, atrizes brasileiras receberam documento extrajudicial de representantes da cantora

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Belo Horizonte

Tina não quer que Tina use a marca registrada Tina no ramo musical. Nenhuma delas tem “Tina” na certidão de nascimento, mas todas têm em comum não só o fato de usarem o nome em suas carreiras artísticas, mas também o de enxergarem o potencial de marca dessas quatro letras.

Tina Turner
Advogados de Tina Turner (esq.) pedem que 'A Vida de Tina' (dir.) não registre sua marca no ramo musical - Daniel Mordzinski/AFP e Divulgação

Foi por isso que os advogados de Tina Turner, a consagrada cantora que faz parte do Hall da Fama do Rock, tomaram uma atitude. Há duas semanas, as atrizes brasileiras que criaram o perfil de humor A Vida de Tina receberam uma notificação extrajudicial dos advogados que representam Tina Turner no Brasil, que solicitam que elas não registrem a marca Tina no Instituto Nacional da Propriedade Industrial, o Inpi, no ramo de serviços de música e musicais e serviços relacionados.

O perfil é feito por Júlia Burnier e Isabela Mariotto, que produzem vídeos que satirizam uma certa esquerda elitizada. Em janeiro, Burnier entrou com pedido de registro da marca A Vida de Tina no Inpi, na especificação "serviços de entretenimento". Em junho, chegou a notificação, por email e por correspondência, do escritório de advocacia que representa Tina Turner no Brasil.

“A primeira reação foi de surpresa, porque a gente jamais imaginou que poderíamos estar disputando alguma coisa com a Tina Turner, porque ela é uma artista de alcance internacional, uma mulher enorme perto da gente”, conta Mariotto, que interpreta a Tina brasileira —a voz é dublada por Burnier.

No documento, os titulares dos direitos de Tina Turner pedem um acordo para que o registro da marca A Vida de Tina não entre no ramo musical.

"Nosso cliente é titular de vários registros em vigor para a marca 'Tina' [...] no Canadá, na Comunidade Europeia, no Reino Unido e nos Estados Unidos", afirmam os advogados no documento enviado a Burnier. Segundo eles, o nome "Tina" mereceria proteção da marca por ser "notoriamente conhecido", independentemente de a marca de Tina Turner "ser depositada ou registrada no Brasil".

"O uso da marca 'Tina' na composição da marca A Vida de Tina é suscetível de induzir o público em geral a erro, dúvida e confusão, sugerindo que a 'nova' marca A Vida de Tina foi criada como forma de homenagear a famosa cantora americana Tina Turner e a sua trajetória no segmento do entretenimento. A confusão também é provável com 'Tina: The Tina Turner Musical', uma vez que a marca em apreço protege
serviços de entretenimento e o musical é baseado na 'vida de Tina Turner'", acrescenta o documento.

“A gente não está querendo disputar com a Tina Turner, não tem nem cabimento isso”, diz Júlia Burnier. “E o nosso trabalho não tem a ver com a Tina Turner, a gente não faz referência a ela.”

"Inclusive se ela puder, com toda essa história, conhecer o nosso trabalho seria incrível. A gente ia ficar honrada, porque a gente é muito fã”, completa Mariotto. "A nossa intenção é que o nosso trabalho continue florescendo e que ele não se limite de alguma forma."

“A gente ama a Tina Turner. A gente admira toda a trajetória dela e entende que o nosso trabalho não é conflitante com os interesses da Tina Turner”, afirma Mariotto, interrompida pelos seus próprios risos.

O musical sobre a vida de Turner estava em cartaz até que a pandemia chegou com o pé na porta e fechou a Broadway. O espetáculo deve retomar as apresentações já em julho na Holanda e em outubro em Nova York. Há previsão de apresentações ainda na Alemanha, na Espanha e no Reino Unido.

Segundo Mariotto, o registro é uma questão de segurança jurídica, para garantir que o nome A Vida de Tina, já bem difundido na internet, fosse usado por elas mesmas e não por quaisquer aventureiros online. “Mas a gente não está pensando em lançar uma marca de roupas. É só uma questão de segurança mesmo”, diz.

A reportagem entrou em contato com o escritório Veirano Advogados, que representa Tina Turner no caso, mas não conseguiu resposta até o momento da publicação.

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