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Fogo na Cinemateca faz Mario Frias lançar edital para gestão, há um ano sob União

No Twitter, secretário da Cultura, que está na Itália, põe a culpa da tragédia no PT

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São Paulo

A Secretaria Especial da Cultura publicou um edital para contratação de entidade gestora da Cinemateca Brasileira.

O chamamento público vem logo após um incêndio atingir o depósito da instituição, localizado no bairro Vila Leopoldina, em São Paulo, e após um sem-número de especialistas terem chamado atenção para os altos riscos de que acontecesse uma tragédia.

Depósito da Cinemateca, na Zona Oeste de São Paulo, na manhã desta sexta (30), após incêndio
Depósito da Cinemateca, na Zona Oeste de São Paulo, na manhã desta sexta (30), após incêndio - Arthur Sens

Vem também após um ano desde que o governo Bolsonaro tomou para si a tutela da Cinemateca, em ação que teve presença da Polícia Federal —até então a instituição era gerida pela Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto, entidade privada que afirmava não receber os repasses do governo previsto no contrato.

O edital prevê um contrato de cinco anos com uma entidade privada sem fins lucrativos.

Mario Frias foi ao Twitter colocar a culpa no Partido dos Trabalhadores. "O estado que recebemos a Cinemateca é uma das heranças malditas do governo apocalíptico do petismo, que destruiu todo o estado para rapinar o dinheiro público e sustentar uma imensa quadrilha de corrupção e sujeira criminosa."

No início do ano, em caráter emergencial, a Sociedade Amigos da Cinemateca foi escolhida pelo governo para gerir a Cinemateca. O governo Bolsonaro, porém, não assinou convênio com entidade gestora, conforme tinha anunciado.

O incêndio, já controlado, que atingiu o depósito da Cinemateca Brasileira, teria começado durante a manutenção, por parte de uma empresa terceirizada, no ar-condiciado de uma sala no primeiro andar do imóvel. O prédio fica localizado na rua Othão, número 290, na Vila Leopoldina, e, segundo o Corpo de Bombeiros, não há vítimas. Cerca de 70 profissionais da corporação foram mobilizados para atuar no local.

De acordo com Robson Bertolotto, diretor da Defesa Civil da Lapa, o teto do prédio, que é alugado e teve 25% de sua estrutura atingida, desabou. "Vimos danos causados tanto pelo fogo, quanto pela água. No combate ao fogo, a água acaba danificando materiais. Visualmente eu constatei muitos rolos de filmes preservados, mas também vimos prateleiras retorcidas", disse ele após realizar a vistoria do local.

Em maio deste ano, a Justiça Federal deu prazo de 45 dias para que o governo provasse que estava trabalhando para garantir a conservação do material guardado na Cinemateca Brasileira e que está atuando para retomar o conselho da entidade, principal instituição de preservação do audiovisual brasileiro.

O governador João Doria afirmou que "se São Paulo cuidar da Cinemateca, certamente cuidará melhor do que o governo federal".

Segundo ele, a gestão Bolsonaro "despreza a cultura no Brasil". "Lamentavelmente o incêndio na cinemateca de São Paulo é prova disso", disse.

"Se o governo federal tiver um pouco de apreço pela cultura deveria transferir a Cinemateca ainda que com o problema no incêndio para a gestão da prefeitura de São Paulo. Se assim for, o governo do estado vai apoiar e trabalharemos juntos, na constituição da Cinemateca e na recuperação do que for possível do arquivo que lamentavelmente de filmes históricos que foram queimados."

A associação representativa dos trabalhadores da Cinemateca Brasileira publicou manifestou afirmando que "há mais de um ano denunciamos publicamente a possibilidade de incêndio nas dependências da Cinemateca pela ausência de quaisquer trabalhadores de documentação, preservação e difusão".

"No próximo dia 8 de agosto completará um ano do abandono da Cinemateca Brasileira pelo governo federal e a demissão de todo seu corpo técnico, que sequer recebeu os salários não pagos e as rescisões pela anterior gestora, Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto", segue o manifesto. "Ainda assim foi noticiada a contratação de equipes de manutenção, bombeiros e limpeza. Apesar de serem fundamentais para o funcionamento do arquivo de filmes, não são suficientes para suas demandas específicas, como evidenciado neste dia fatídico."

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