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Primeira série brasileira da HBO Max traz Maria Flor investigando crime no Copan

Trama de 'Os Ausentes' acompanha agentes que buscam desaparecidos em São Paulo

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São Paulo

Menos de um mês depois de chegar ao Brasil, a HBO Max lança, nesta semana, sua primeira série nacional. “Os Ausentes” é prova de que a plataforma está ciente da demora que levou para aterrissar aqui, mas quer recuperar o tempo perdido e bater de frente com seus rivais mais estabelecidos.

A nova série é o pontapé inicial de um ambicioso plano de investir em mais de cem produções latino-americanas nos próximos dois anos —ao menos 30% delas já estão em andamento—, capitalizando em cima da força dos mercados regionais, algo que a veterana Netflix vem fazendo há anos.

Ao lado de México e Argentina, o Brasil deve se tornar um dos principais fornecedores de conteúdo latinos da HBO Max, com reality shows, séries, minisséries, documentários e filmes no horizonte.

“Nosso plano é produzir de tudo”, diz Silvia Fu Elias, produtora e diretora de plataformas da WarnerMedia no Brasil. “Nós já temos uma tradição forte na TV linear, no Brasil, especialmente na área de documentários. Agora nós poderemos investir mais em outros tipos de conteúdo, porque a HBO Max não apenas oferece esse espaço, mas pede por isso.”

De acordo com Fu Elias, cinco filmes brasileiros devem chegar ao serviço neste primeiro ano de funcionamento. Na programação televisiva, veremos em breve Angélica e Pabllo Vittar estrelando seus próprios programas de variedades na plataforma. O número de títulos só não é maior, diz ela, porque a pandemia freou as produções.

“Eu acho que o público brasileiro foi muito bem acostumado a produções nacionais boas. Há uma necessidade de ver seu rosto, sua história na tela. Então a plataforma tem essa necessidade de oferecer conteúdo brasileiro e de investir na produção local.”

“Os Ausentes”, aliás, faz a estreia brasileira na HBO Max retratando uma realidade muito presente no país. A série acompanha um ex-delegado que, depois do sumiço da filha, cria uma agência que busca por pessoas desaparecidas. Em São Paulo, ela atende principalmente pessoas que não podem ou não querem recorrer à polícia.

A rotina do protagonista, vivido por Erom Cordeiro, muda com a chegada de uma moça, interpretada por Maria Flor, que saiu de Buenos Aires rumo ao Brasil depois do sumiço de seu pai. Enquanto ambos buscam respostas para suas tragédias pessoais, investigam, a cada episódio, um novo caso.

“Para falar de um assunto como esse no Brasil, é preciso ter muita delicadeza. Quando você está fazendo uma coisa que fala sobre o sofrimento do outro, é preciso ter muito cuidado, e há uma pressão envolvida”, diz Flávia Garrafa, que preenche os poucos espaços para alívio cômico em “Os Ausentes”.

Sua personagem é dona de uma loja de doces acoplada na agência do protagonista. Para o papel, a atriz diz que fez um estágio numa fábrica açucarada da Vila Madalena e, no set, foi ela quem cuidou de cortar e preparar as guloseimas que aparecem sobre seu balcão —trazendo o que ela diz ser um contraste doce para uma trama tão amarga, séria.

Durante as investigações da série, a dupla formada por Cordeiro e Maria Flor lida com temas urgentes como violência doméstica, a situação precária dos refugiados, tráfico e crime organizado. Já no primeiro episódio, perseguem um membro do PCC pelos corredores sinuosos e as longas escadarias do edifício Copan, no centro de São Paulo.

Mas esta não é uma série de crime comum, diz Maria Flor, ao ser questionada sobre a popularidade arrebatadora do gênero entre os brasileiros, que consomem de programas de notícia policialescos até ficções como a recente “Bom Dia, Verônica”, da concorrente Netflix. Ela acredita que o trunfo de “Os Ausentes” é o fato de seus protagonistas sofrerem, eles próprios, do tipo de tragédia que investigam.

“A agência que nós vemos em ‘Os Ausentes’ não está dentro da estrutura da polícia. O fato de ela ser comandada por pessoas que entendem a dor da perda, do desaparecimento, é um diferencial. Esses personagens não estão afastados dessas histórias, eles estão mergulhados nelas”, diz a atriz, que neste mês deixou o elenco da próxima novela das nove da Globo depois de descobrir que está grávida.

Ela e Garrafa concordam que, com o streaming, novas possibilidades de carreira estão se abrindo para atores e também para aqueles que trabalham nos bastidores do audiovisual, muito além da poderosa TV aberta. “A gente agora tem um leque de possibilidades de espaços de trabalho. Eu acho que isso enriquece o mercado como um todo”, diz Flor.

“A TV aberta invade a casa das pessoas, às vezes sem elas permitirem, então isso faz com que alguns tipos de conteúdo não possam ser exibidos”, complementa Garrafa, falando sobre as mudanças para o público. “É uma quebra de monopólio, é algo libertador para todos nós.”

Os Ausentes

  • Quando Estreia nesta quinta (22), na HBO Max
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