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Cinema

'A Jornada de Vivo' vale pelas músicas mesmo com trama confusa

Além de compositor e produtor executivo, Lin-Manuel Miranda, de 'Hamilton', interpreta bichinho em nova animação

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A Jornada de Vivo

  • Quando Estreia na sexta (6)
  • Onde Netflix
  • Classificação Livre
  • Elenco Lin-Manuel Miranda, Zoe Saldana, Brian Tyree Henry
  • Direção Kirk De Micco e Brandon Jeffords

Lin-Manuel Miranda parece surgir em todas as janelas e plataformas neste último ano e meio de pandemia, em versões filmadas de seus musicais e de outros ou em séries e animações, de Disney Plus a HBO Max e agora Netflix.

Neste último streaming, em "A Jornada de Vivo", desenho do qual é produtor executivo, além de compositor e letrista, ele dá voz ao personagem-título.

É um jupará, um pequeno mamífero que se distribui por grande parte da América Latina, inclusive pelo Brasil.

No caso, ele é cubano e aparece na primeira cena na Plaza Vieja de Havana, dividindo um quadro musical com seu dono, o compositor Andrés —este na voz de Juan de Marcos González, o mesmo do projeto Buena Vista Social Club, celebrizado no documentário de 1999.

Cena de 'A Jornada de Vivo', animação com canções originais de Lin-Manuel Miranda - Divulgação

Andrés morre pouco depois, sem se reencontrar com a cantora Marta, paixão de juventude que se mudara para os Estados Unidos décadas antes —esta na voz da cantora americana Gloria Estefan, natural em Havana.

No filme, a partir daí, Vivo tenta levar uma canção composta por Andrés para Marta.

E Miranda busca novamente lançar uma ponte musical, sem entrar em conflitos políticos, entre Cuba e os Estados Unidos, entre extremos, mais uma vez.

Por mais de uma hora e meia, se mostra uma trama bastante confusa para uma animação, com Vivo se unindo a uma sobrinha pré-adolescente de Andrés, enfrentando cobras e jacarés no estado americano da Flórida, até alcançar seu intento.

Melhor se concentrar na música, que traz uma inesperada renovação na produção de Miranda, em meio ao desgaste de sua excessiva exposição.

Deixando ao fundo o cenário geopolítico e o enredo muito remendado, são as novas canções que tornam "Vivo" significativo, muitas delas ressoando após o fim do filme.

Uma em especial, interpretada não pelo compositor, mas por uma artista trazida a primeiro plano por ele.

Ynairaly Simo, de 13 anos, nova-iorquina de pais imigrantes da República Dominicana, faz a sobrinha Gabi, que canta "My Own Drum", rap que contrasta com as baladas e os ritmos latinos que o precedem e acaba aos poucos se integrando a eles.

Essa integração ou encontro, obviamente alegorizando Cuba e Estados Unidos, funciona muito mais na música do que na história de "Vivo".

Simo é um achado, assim como a canção. Miranda mantém sua tradição de dar palco a desempenhos exuberantes de outros atores, como em "Hamilton" e "In the Heights", este inclusive na versão brasileira, mas não dele próprio.

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