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Historiador e pesquisador Gustavo Alonso estreia coluna semanal na Folha

Textos buscarão um diálogo entre o universo intelectual e as produções de música popular para além de questões estéticas

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São Paulo

Gustavo Alonso, historiador e professor da Universidade Federal de Pernambuco, estreia nesta sexta (3) uma coluna semanal no site da Folha, em que pretende estabelecer um diálogo do universo intelectual tradicional com o mundo das produções populares na música —com foco no sertanejo.

“Quero escapar dos olhares condenatórios, dos comentários a respeito desse tipo de produção que quase sempre buscam ver o quão toscos, industriais ou alienados [essas produtos populares] são”, afirma Alonso, autor dos livros "Simonal: Quem Não Tem Swing Morre com a Boca Cheia de Formiga", de 2011, e "Cowboys do Asfalto: Música Sertaneja e Modernização Brasileira", de 2015.

"É tentar uma conversa entre esse Brasil urbano, impresso, das classes médias e altas, com esse país agrário, meio brega, meio moderno e global. Afinal, 'Ai Se Eu Te Pego' é a nova 'Garota de Ipanema'", crava ele.

Foto de Gustavo Alonso, autor de "Simonal: Quem Não Tem Swing Morre com a Boca Cheia de Formiga" e "Cowboys do Asfalto: Música Sertaneja e Modernização Brasileira"
Gustavo Alonso, professor e autor de "Cowboys do Asfalto: Música Sertaneja e Modernização Brasileira" - Arquivo pessoal

Alonso já fez colaborações pontuais para este jornal cobrindo música popular e recebeu o convite para escrever periodicamente depois de uma entrevista cedida ao podcast Café da Manhã em que tratou do sertanejo de uma perspectiva histórica e antropológica, além de discutir suas relações com o agronegócio e com o espectro político nacional.

Nascido em Aparecida do Norte, no interior paulista, o historiador cresceu em Niterói, no Rio de Janeiro, e foi impactado por esse estilo musical no início dos anos 2000. Então, fazia doutorado em história, debruçado sobre cinema, mas decidiu estudar esse gênero de sucesso bombástico que ainda era ignorado pela academia.

"Eu queria ampliar os canais da universidade para compreender a música sertaneja. Compreender não é aceitar, você pode continuar não gostando, mas é entender os porquês." O seu "Cowboys do Asfalto", que virou livro, surgiu dessa que foi a primeira tese de doutorado sobre o tema no país.

"A Folha não deixa de ser um órgão que dá legitimidade a essa discussão, de debater o popular a sério, colocando de lado a questão do gosto. Há discussões sociológicas e históricas que devem ser tratadas e, em questões musicais, o lado estético é o que pega. Bom ou ruim, é o Brasil", conclui Alonso.

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