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'Only Murders in the Building' é palco para Steve Martin em forma

Série tem o antigo parceiro Martin Short e a estrela pop Selena Gomez, mas não dá aquela vontade louca de maratonar

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Only Murders in the Building

  • Onde Disponível no Star+
  • Classificação 16 anos
  • Autor John Hoffman e Steve Martin
  • Elenco Steve Martin, Selena Gomez, Martin Short

Um homicídio acontece em um prédio residencial de Nova York. Um grupo de moradores, sem ter mais o que fazer, resolve investigar o crime por conta própria e acaba se metendo em confusão.

A premissa de “Um Misterioso Assassinato em Manhattan”, filme de Woody Allen de 1993, é revista e ampliada na minissérie cômica “Only Murders in the Building”. O humor sutil, a trilha sonora sofisticada e até as cartelas de créditos, com letras brancas sobre fundo preto, também remetem à obra de Allen.

“Only Murders in the Building” —só assassinatos no prédio, em português— é uma das poucas novidades oferecidas pela Star+, plataforma de streaming recém-lançada pela Disney, que incorpora o catálogo da antiga Fox. Dos dez episódios, quatro já estão disponíveis. Os próximos serão lançados ao ritmo de um por semana.

O programa vem sendo anunciado como “a série da Selena Gomez”, para atrair os fãs da jovem atriz e cantora pop. Ela de fato está entre os três protagonistas e se sai bem em mais uma tentativa de superar a imagem de ídolo adolescente.

Mas “Only Murders in the Building” é, acima de tudo, um veículo para o histrionismo de Steve Martin e Martin Short, dois comediantes que há tempos não emplacam um sucesso nos cinemas. Ambos demonstram que, na casa dos 70 anos, seguem em plena forma.

Steve Martin vive Charles Haden-Savage, um ator que teve dias de glória no papel-título da série policial “Brazzos”. Hoje, semiesquecido, é obrigado a fazer teste até quando estão procurando alguém que se pareça com ele mesmo.

Ainda curando as feridas de um rompimento amoroso, seu maior prazer é o podcast “Não Está OK em Oklahoma”, que reconstitui um crime cometido naquele estado americano.

Charles mora no Arconia, um edifício imaginário no Upper West Side, um dos bairros mais elegantes de Nova York. É vizinho de Oliver Putnam, papel de Martin Short, um diretor de musicais da Broadway que, depois de sucessivos fracassos, não tem dinheiro nem para pagar o condomínio.

Já Mabel Mora, feita por Gomez, vive no Arconia no imóvel de uma tia —tão amplo que ela não teria condições de bancar sozinha, já que não trabalha nem estuda.

Depois de anos trocando apenas cumprimentos formais no elevador, os três descobrem que compartilham a paixão pelo mesmo podcast policial quando se cruzam num restaurante e acabam jantando juntos. Naquela noite, o Arconia precisou ser evacuado, depois que soou o alarme de incêndio. Quando retorna ao prédio, o trio descobre que um rapaz apareceu morto em um dos apartamentos, com um tiro na cabeça.

A morte é considerada um suicídio pela polícia, mas os detetives amadores estão convencidos de que o jovem foi assassinado. Não demoram a apontar possíveis suspeitos –o gay neurótico, cuja gata morreu na mesma noite? O popstar britânico Sting, que tem no Arconia seu endereço em Nova York?

Oliver, Charles e Mabel não querem apenas descobrir o culpado, mas também faturar com a investigação. Decidem produzir um podcast com vários episódios, e algumas das melhores cenas da série decorrem da tentativa de eles gravarem, à sorrelfa, conversas comprometedoras com alguns vizinhos.

Não demora para o espectador descobrir que Mabel conhecia a vítima de longa data. Mas será que ela está envolvida no crime?

Se a moça aparenta algum mistério, seus colegas são livros abertos. Martin e Short repetem a química que alcançaram nos longas da franquia “O Pai da Noiva”, com personagens de registro semelhante –o primeiro faz um sujeito racional que aos poucos perde o controle da situação, enquanto o segundo é um fio desencapado desde o início.

O problema é que o crime em si não é muito intrigante. Os episódios de “Only Murders in the Building” não dão aquela vontade irresistível de maratonar. São apenas um passatempo agradável, com cenários luxuosos e dois humoristas veteranos trocando farpas entre si. Mas os fãs de Selena Gomez podem se frustrar –a série não foi, definitivamente, produzida com eles em mente.

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