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Disney+ de Hong Kong censura 'Os Simpsons' por alusão a massacre chinês

Após referências a caso emblemático de 1989 que ocorreu em Pequim, episódio é retirado da plataforma

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Hong Kong | AFP

Um episódio da série de animação americana "Os Simpsons", no qual a família protagonista visita a praça Tiananmen, em Pequim, foi removido da plataforma de streaming Disney+, em Hong Kong.

A retirada do episódio provoca o temor de que a censura se torne regra no centro financeiro, como acontece na vizinha China continental.

O Disney+ chegou à Hong Kong em novembro e os espectadores mais familiarizados com "Os Simpsons" constataram rapidamente a ausência de um episódio dedicado à China.

Trata-se do 12º episódio da 16ª temporada, que foi exibido pela primeira vez em 2005. Nele, os personagens viajam para a China com a esperança de adotar uma criança.

Durante a estadia, visitam a praça Tiananmen, também conhecida como praça Paz Celestial, na qual as manifestações pró-democracia foram reprimidas com violência em 1989.

No desenho animado, uma faixa diz "neste lugar, em 1989, não aconteceu nada", ironia sobre a forma como Pequim tentou apagar o massacre da memória coletiva.

Nesta segunda (29), a AFP consultou o Disney+ de Hong Kong e a empresa respondeu que os episódios 11º e 13º da 16ª temporada estão disponíveis, mas o 12º não está.

Não ficou claro se foi a própria Disney que retirou este episódio ou se as autoridades a ordenaram a fazer isso.

Diante das perguntas da AFP, a gigante do entretenimento americana se recusou a fazer comentários, assim como o governo de Hong Kong.

O território desfrutava há muito tempo de liberdades artísticas e políticas que não existem na China continental.

Para encerrar os protestos pró-democracia, às vezes violentos, que abalaram o território em 2019, Pequim impôs no ano passado uma lei de segurança nacional que proibiu a maior parte da dissidência.

Em junho, Hong Kong concedeu poderes a um comitê de censura para proibir qualquer filme que considere uma ameaça para a segurança nacional.

Na semana passada, a chefe do Executivo designada por Pequim, Carrie Lam, se comprometeu a "preencher rapidamente as lacunas" existentes sobre a internet e adotar "uma regulamentação para as fake news".

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