Descrição de chapéu Obituário Stephen Sondheim (1930 - 2021)

Morre Stephen Sondheim, maior compositor e letrista da Broadway, aos 91 anos

Artista escreveu as canções de musicais clássicos como 'West Side Story' e 'Sweeney Todd'

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Campinas (SP)

Morreu nesta sexta-feira Stephen Sondheim, o maior compositor da história do teatro musical da Broadway, que foi responsável por definir os padrões do gênero americano. Sua morte foi confirmada pelo jornal The New York Times, com informações do advogado e amigo F. Richard Pappas, que descreveu a morte como repentina.

Sondheim estava em sua casa em Roxbury, no estado americano de Connecticut, e tinha 91 anos. Na quinta, ele tinha celebrado o Dia de Ação de Graças em um jantar com amigos.

O letrista foi um dos nomes mais reverenciados na segunda metade do século 20 e acumulou sucessos desde os anos 1950, escrevendo as canções de clássicos como "West Side Story" —feito ao lado de Leonard Bernstein, que rendeu "Amor, Sublime Amor", de 1961, uma clássica versão para o cinema que ganhou dez prêmios no Oscar e está ganhando uma nova versão de Steven Spielberg— e "Gypsy". A jovem atriz Rachel Zegler, que será Maria no novo "Amor, Sublime Amor", foi uma das artistas a lamentar a morte do compositor nas redes, agradecendo a oportunidade de poder ter cantado para ele.

Já o ator e dublador Josh Gad, em publicação no Twitter, afirmou que o teatro não perdia uma voz revolucionária desde Shakespeare.

Sua originalidade o firmou como um iconoclasta, desafiando as noções clássicas do palco, fazendo músicas até para um barbeiro assassino, como em "Sweeney Todd", de 1979. Com esse musical, ganhou um dos oito prêmios Tony —o mais prestigiado do teatro americano— que acumulou desde 1970, por "Company", até 1994, com "Passion", além de um especial, pelo conjunto da obra. Acumulou oito troféus no Grammy também, além de um Pulitzer e um Oscar pela canção original "Sooner or Later (I Always Get My Man)", interpretada por Madonna no filme "Dick Tracy", de 1991.

Mais do que arriscar em temas diferentes, Sondheim ficou célebre por introduzir de maneira única os maiores conflitos do indivíduo e da sociedade em suas letras —e essa influência repercute até hoje, mesmo no cinema, já que suas canções aparecem em filmes como "Coringa", "História de um Casamento" e "Entre Facas e Segredos", os três lançados em 2019.

Na juventude, Sondheim tinha planos de se tornar matemático, mas decidiu largar a carreira e estudou música no Williams College, se graduando em 1950. Trabalhou em comédias na televisão e, em 1957, teve a oportunidade de escrever musiciais. Quando soube que dividiria o estrelato com Bernstein, relutou inicialmente, mas foi adiante.

O primeiro trabalho em que assinou letra e música foi na comédia "A Funny Thing Happened on the Way to the Forum", de 1962, também premiado e que ficou em cartaz por mais de dois anos. Mas foram os anos 1970 e 1980 que acumularam a maior parte de seus sucessos –de "Company", passando por "A Little Night Music", de 1973, "Pacific Overtures", de 1976, "Sweeney Todd" —outro que Hollywood também explorou, com Tim Burton—, "Sunday in the Park With George", de 1984, além de "Into the Woods", de 1987 —cuja bruxa protagonista foi encarnada por Meryl Streep décadas depois no cinema.

Naturalmente, também exisitiram fracassos, como a fábula política "Anyone Can Whistle", de 1964, e "Merrily We Roll Along", de 1981, que não ficaram muito tempo em cartaz. Ainda assim, esse último, baseia um projeto do cineasta Richard Linklater que —já conhecido por gravar "Boyhood" ao longo de 12 anos— pretende adaptar esse musical em uma filmagem que dure 20 anos. A história acompanha décadas de afastamento entre três amigos —um compositor, um letrista e uma crítica.

Com a pandemia de Covid-19, a nova encenação de "Company" em março de 2020, que celebraria os 90 anos do compositor, não pôde chegar aos palcos. No lugar, foi feita uma transmissão ao vivo de quase 2 horas e meia reunindo homenagens de diversos artistas.

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