Sérgio Camargo diz que concorda com chibatadas como pena para pichação

Chefe da Palmares foi afastado da função de gestão de pessoas após denúncias de perseguição ideológica

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Belo Horizonte

Sérgio Camargo, presidente da Fundação Cultural Palmares, afirmou que concorda com a pena de chibatadas para pichadores, em resposta a um comentário de uma seguidora nas redes sociais.

"De acordo, minha amiga Ester Sanches. Chibatadas e multa, como em Singapura, seria uma solução. Pichadores não são 'artistas', são vândalos e marginais. Agem incentivados pela esquerda, que tudo emporcalha e destrói", escreveu.

Em Singapura, a lei contra o vandalismo, lançada em 1966 e revisada em 2014, estabelece as penas para quem "escrever, desenhar, pintar, marcar ou inscrever em qualquer propriedade pública ou privada qualquer palavra, slogan, caricatura, desenho, marca, símbolo ou outra coisa", que podem ser encarceramento de até três anos, multa ou punição com chibatadas —de três a oito golpes.

A pena não é exclusiva para vandalismo e nem para cidadãos de Singapura. Em 2015, dois alemães foram sentenciados a nove meses de prisão e três chibatadas por terem pichado um vagão de trem, segundo a Reuters. Em 1994, um americano de 18 anos levou quatro chibatas de vara de bambu nas nádegas nuas, por ter pichado carros nas ruas da capital do país.

O comentário da seguidora veio após Camargo ter postado que está em Santana, bairro da zona norte de São Paulo, para visitar a família. Segundo ele, todos os muros e fachadas do comércio estavam pichados. "Sabem o que é isso, essa porqueira? Isso é esquerdismo!", completou.

No mês passado, o presidente da Fundação Cultural Palmares foi afastado pela Justiça das atividades relacionadas à gestão de pessoas da instituição. Dessa forma, ele fica proibido de nomear e exonerar servidores, após denúncias de assédio moral, perseguição ideológica e discriminação contra funcionários da instituição.

À frente do órgão, que é responsável por preservar a memória e a cultura negras, Camargo empreendeu uma cruzada ideológica. Em junho deste ano, a Palmares publicou um relatório intitulado "Retrato do Acervo: A Doutrinação Marxista", segundo o qual metade do acervo de livros da instituição seria excluído —entre os os títulos expurgados, estariam os de autores como Karl Marx, Friedrich Engels e Lênin, mas também Max Weber, Eric Hobsbawm, H. G. Wells, Celso Furtado, Carlos Marighella e Marco Antonio Villa.

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